sexta-feira, dezembro 31, 2010

QUE O AMANHA SEJA DE CONFIANÇA

O ano chega ao fim
Hoje é de Dezembro
O trinta e um
Amanha o Janeiro entra
E o mundo celebra
Mais um dia
A Paz dedicado
Enquanto na Nigéria
Em Teu nome
Senhor
Se mata
Apenas porque
Uns Te chamam
Deus
E outros
Alá te batizaram
Senhor
Te peço
Diga aos meus irmãos
És o mesmo
Seja qual o nome que Te chamem
...
Não dá para esquecer
Gbagbo ao poder agarrado
Se o mesmo autorizou
Que eleições se fizessem
...
A Natureza continua
A se mostrar instável
Na Austrália de um lado chove
O tripulo do necessário
E do outro...
O calor e a seca
Quer fogo atear

O Haiti é quase esquecido
Não por se ter melhorado
Mas porque
Outras calamidades
Mais destrutivas se levantam
E nós humanos
Ávidos
Novidades procuramos!

O Mundo se torna
Mais explosivo
E já nem a carta
É recebida
Sem que o medo
Da bomba
No ar
Se pairar!

Que o amanha
Que se aproxima
Seja… sim …seja
De
PAZ
De PAZ no interior
De cada um de nós
E
Que o mundo
Seja da confiança
No amanha
Cheio de rosas vermelhas!


João Furtado

31 de Dezembro de 2010

Abrâ - Minha Freguesia - A festa de S. Silvestre e alguns dados históricos


Imagem de S. Silvestre
Abrâ é a sede da freguesia onde pertence o pequeno lugar onde nasci, no concelho e distrito de Santarém (Portugal), chamado Canal, que dista da mesma, cerca de 3 Kms.
Na nossa pequena aldeia, na altura da minha infância, apenas existiam duas lojas, onde se podiam comprar os alimentos mais básicos de mercearia, bem como panos a metro e linhas e ainda o bacalhau. Havia também um talho e duas tabernas onde os homens se reuniam para beber e jogar os jogos tradicionais.Hoje em dia, já tudo isso fechou e para fazer compras, as pessoas que restam, têm que se deslocar ás aldeias vizinhas.

No entanto, as crianças para irem á escola, tinham que percorrer a pé, pelos campos e matos, a distância que separava as duas aldeias, diáriamente. Era também na sede da freguesia que havia e continua a existir, o cemitério para onde se dirigiam os funerais dos falecidos da aldeia, o que era sempre um (triste) acontecimento.

O outro acontecimento que marcava a pacatez da pequena aldeia, era a festa anual em honra do padroeiro S. Silvestre, a quem é dedicada a pequena capela, que remonta a alguns séculos. Não se sabe quantos exactamente, mas no início do século XIX, já a mesma existia, pois há uma hisória que conta como os cavaleiros franceses, quando das invasões francesas, queriam usá-la como cavalariça, para os seus cavalos, que no entanto sempre se recusavam a entrar, ajoelhando á porta, devido ao facto de ser o S. Silvestre o padroeiro e protector dos animais.

Era uso e tradição, ainda na minha infância e juventude, os donos de rebanhos de animais, virem com eles dar a volta á capela, e em seguida pagarem as suas promessas, em dinheiro, géneros ou figuras de cera, durante as festas dedicadas ao S. Silvestre, que duravam do dia 31 de Dezembro ao dia 3 de Janeiro. Actualmente já não têm lugar, devido ao reduzido número de habitantes.

"Natural de Roma, São Silvestre foi papa e governou a Igreja de 314 a 355 d.c., ano em que morreu, exactamente no dia 31 de dezembro. A Igreja Católica escolheu esta data para canonizá-lo.

Em seu pontificado, São Silvestre estabeleceu novas bases doutrinais e disciplinares colocando a Igreja em um novo contexto social e político. Ocorreu o entrosamento entre o clero e o Estado. Com o edito de Milão, o cristianismo passou a ser a religião oficial do Império Romano, na época governado por Constantino Magno. Com essa aliança, os cristãos puderam professar abertamente sua crença e a Igreja saiu de um período de perseguição que já se arrastava por 300 anos.

Uma das grandes realizações do papa Silvestre foi o concílio ecuménico de Nicéia, em 325, que definiu a divindade de Cristo. O curioso é que a assembléia foi convocado pelo próprio Constantino, o que mostra sua influência nos assuntos eclesiásticos. Foram elaborados ainda os de Arles e Ancira. São Silvestre foi um dos primeiros santos não-mártires cultuados pela Igreja. Ele é lembrado por promover a renovação do espírito e como protector dos seguidores mais fiéis de Cristo.

Os feitos do santo do último dia do ano em defesa da fé não param por aí. Com a ajuda do imperador, São Silvestre construiu as basílicas de São Pedro sobre o túmulo do apóstolo, a Lateranense _ que se tornou a residência dos papas _ e a de São Paulo."

Esta foi uma pequena história da vida de S. Silvestre, recolhida na Internet, no entanto mais que ser conhecido actualmente por dar o nome a famosas corridas que têm lugar em várias partes do mundo, no último dia do ano, para os habitantes da minha aldeia e das aldeias vizinhas, era venerado como o padroeiro e protector dos animais.

A seguir transcrevo alguns dados históricos sobre as origens da freguesia e das povoações vizinhas, não deixando de referir que o apelido Louro, é também meu, e era do meu pai e avó, pelo que o sangue das primeiras famílias habitantes destas povoações, continua a correr-me nas veias e de minha família, bem como de outras, que têm o mesmo apelido, entre as quais um bem sucedido empresário de Santarém.


Arlete Piedade
(Arlete Maria Piedade Louro Daniel)
Assino com o meu nome completo, devido ao conteúdo do artigo abaixo, onde se explica a origem das famílias com o apelido "LOURO", que era o nome de meu pai, avô e outros antepassados e que eu herdei.


DADOS RELATIVOS À HISTÓRIA DA FREGUESIA DE ABRÃ

Conhecida, em tempos, como Abrãa, esta Freguesia foi criada em inícios do Séc. XVII, fazendo arte, anteriormente da freguesia e concelho de Alcanede.
Continuou a pertencer ao Concelho de Alcanede até 24 de Outubro de 1855, data em que com a extinção deste, passou para o Concelho de Santarém.
O nome da freguesia, Abrã, deriva da palavra árabe Abãra, que significa entrada ou embocadura, caminho e porto.
A freguesia foi criada em 10 de Agosto de 1621, alcançando a provisão de El-Rei como Mestre de Avis, por intermédio do fidalgo Jorge Coelho de Andrade, como referiu Simão de Froes Lemos (natural da vila de Pernes, onde nasceu em 31/08/1675), em 1726:
«[...] tinhão os seus moradores huma hermida antiga de Santa Margarida fora do lugar, e nella tratarão de fazer freguezia p.ª o que alcançarão Provizão del Rey como Mestre de Avís passada por Jorge Coelho de Andrade aos dez de Agosto de 1621, e fizerão sua escritura de contracto com o Prior de Matris que então era Frey António Cabral, feita por António Morgado notario Apostolico morador em Pernes em o primeyro dia de mayo de 1621, e que tudo está no Cartório da Igreja de Alcanede, e nesta hermida tiverão a sua freguezia nestes primeyros annos, e logo tratarão de fazer nova Igreja mayor [...] da mesma invocassão de Santa Margarida, e no anno de 1629 se disse a primeira missa nella [...] a qual missa disse o Padre Frey Francisco Segre, Prior de Alcanede, que benzeo a dita Igreja»
O Povo da Sede da Freguesia mandou construir, anos depois, a Igreja da Invocação de Santa Margarida, onde, numa 4ª feira, dia de São Tomé, a 21 de Dezembro de 1629, celebrou a primeira missa o Padre Frei Francisco Segre, prior de Alcanede.

O pároco era cura, sendo apresentado pelo prior da vila de Alcanede. Se um morador fosse casado ou viúvo, pagava-lhe um alqueire de trigo, meio almude de mosto e uma canada de azeite, se fosse viúva pagava-lhe metade.
A freguesia possuía três ermidas: uma no lugar de Espinheiro, dedicada a São Bernardo e Nossa Senhora da Encarnação, outra no lugar do Canal, dedicada a São Silvestre e outra em Amiais de Cima, dedicada à Santíssima Trindade. Estas duas últimas ainda hoje se conservam, fazendo parte do património monumental da freguesia, que em 1861, compreendia 169 fogos3 (mais 19 que em 1758).
A Igreja Matriz de Santa Margarida foi construída em 1629, a expensas do povo. É um templo de fachada simples, figurando na porta principal, a data de 1629.
Por cima da porta possui uma janela e uma torre sineira. O seu interior é de uma só nave, com tecto de madeira de três planos, restaurado em 2001. Possui um altar-mor, que tem na parte lateral a imagem de Santa Margarida e do Mártir São Sebastião e na parte de trás um trono, que era utilizado antigamente para a colocação de uma custódia. Possui ainda dois altares laterais, onde figuram o sagrado Coração de Jesus, o Coração Imaculado de Maria, a Nossa Senhora de Fátima e o Santo António.
O tecto da capela-mor é abobadado, tendo no centro uma custódia, rodeada de quatro círculos rendilhados, em gesso pintado a ouro velho. O corpo principal do templo é guarnecido por um silhar de azulejos do tipo padrão, azuis e amarelos, também do Séc. XVII, com painéis embutidos, onde figuram dois quadros em cerâmica que representam Santo António e Nossa Senhora do Rosário.
O púlpito com pilares de caneluras e o coro da Igreja, são datados da fundação da Igreja (1629), enquanto que o baptistério tem a data de 1636. É também digno de registo um Cristo de marfim sobre Cruz de madeira.
A sede desta freguesia divide-se em duas partes, designadas por Abrã-Grande e Abrã-Pequena. Nas primeiras décadas do Séc. XVIII, Abrã-Grande, cujas primeiras habitações foram construídas no local conhecido pelo nome de Sôjo do Vale, contava 61fogos e Abrã-Pequena apenas 32.
Esta freguesia, após a sua criação, abrangia os seguintes lugares: Amiais de Cima, com 42 fogos; Canal, com 36 fogos; metade do Espinheiro, com 13 fogos; e ainda os casais da Coutada, Cortiçal e Vale Florido.
A povoação do Espinheiro pertencia às freguesias de Abrã e Malhou, cabendo metade a cada uma delas. Assim, a linha divisória das freguesias supracitadas passava por cima de várias habitações, o que provocava algum incómodo aos seus moradores. O Decreto n.º 15.219, de 23/03/1928, elevando o Espinheiro à categoria de freguesia, acabou com esta anomalia.
Anteriormente a 10 de Agosto de 1621, todos estes lugares estiveram integrados na freguesia da Louriceira, considerada uma das mais antigas desta zona ribatejana. Esta freguesia, desde longínquos tempos, já pertenceu a quatro concelhos:
Alcanede, Pernes, Santarém e Alcanena. Destes foram suprimidos os concelhos de
Alcanede e Pernes, em 1855.
Próximo de Abrã, existe um ponto culminante denominado Cabeço da Guarita, de onde se desfruta de um soberbo panorama e de onde se avistam terras de 14 concelhos. Nos tempos em que escasseavam as estradas e ainda não circulavam os comboios, os caminhantes vindos do litoral para o interior e da região de Leiria para o litoral, passavam por Abrã, onde num planalto próximo, existia um pinheiro manso de grandes dimensões, que servia de guia a estes forasteiros.
Num espaçoso vale designado pelo nome de Outeiro do Moinho, situado nas proximidades do Canal e Amiais de Cima, presume-se ter existido, em tempos remotos, uma povoação importante, consequência de se terem encontrado à já alguns séculos, vários objectos caseiros, alicerces de casas de habitação, telhas em grande quantidade, pedras miúdas e ainda moedas de valor. Na voz do Povo existiu ali uma povoação que deveria ter caído, devido a um Tremor de Terra. Num local vizinho, existem umas terras a que o povo chama de Capelas, porque se supõe que ali tenha existido uma Capela. Aqui D. Afonso Henriques pretendeu construir um castelo. Se este desejo se tivesse oncretizado, o castelo de Alcanede não existiria, conforme escreveu Simão Froes de Lemos, em 1726. As tropas de D. Afonso Henriques, sob o comando de Mem Ramires, vindas de Coimbra, com destino à conquista de Santarém aos Mouros, em Março de 1147, passaram por Abrã e ficaram uma noite no sítio designado pelo nome de Carreirinhos, a fim de, na madrugada imediata, poderem cortar a madeira necessária à confecção das escadas destinadas ao escalamento das muralhas do Castelo de Santarém. Abrã, nessa altura chamava-se Ebráas, em seguida designou-se pelo nome de Abãra e Abrãa.

O nome Amiais de Cima resultou, segundo várias opiniões, de nas suasimediações, terem existido bastantes amieiros e devido ao facto de existirem dois lugares vizinhos com bastantes árvores desta espécie, o povo deu a um o nome de Amiais de Cima e ao outro o nome de Amiais de Baixo. Nestas duas povoações e arredores, verifica-se uma assimetria de cores, de sons e de disposições em tudo o que se observa e sente.
Também em termos históricos o lugar de Amiais de Cima teve a suaparticipação. Vindas de Coimbra, as forças do 1º Rei de Portugal, passaram porAmiais de Cima e outras terras desta zona, com destino à conquista de Santarém aos Mouros. Na memória do povo de Amiais de Cima, ainda hoje se conserva a passagem dos franceses, sob o comando do General Massena, em 1810. Parte do povo, para escapar às atrocidades que as tropas francesas, normalmente, infligiam por onde passavam, foi obrigado a refugiar-se nos confins da Serra d’Aire e Candeeiros. Para além disso, os habitantes, temendo que os franceses se apoderassem das cruzes de prata pertencentes à antiga capela da Santíssima Trindade, tiveram o cuidado de as esconder no telhado do referido templo. Conta-se que os franceses ainda destaparam o telhado, na esperança de encontrar algo valioso, acabando por deixar só três carreiras de telhas, sendo, precisamente, aí que se encontravam as cruzes. Essas cruzes ainda hoje são utilizadas nas procissões e funerais. Também não se pode esquecer o facto de dois moradores do lugar terem arriscado a vida ao contribuírem na participação de Portugal na I Guerra Mundial (1914/1918), foram eles José Brás (vulgo Zé Becho) e José Tomás, que regressaram ambos com vida.
Segundo contam os mais antigos, a povoação de Amiais de Cima desenvolveu-se a partir da zona onde se encontra a Capela da Santíssima Trindade, que foiconstruída, pelo povo, em 1733, sendo depois restaurada, também pelo povo, em1979, e cujas imagens religiosas foram também restauradas em 2001/2002, o que sedeve ao empenhamento do Pároco da Freguesia, Padre António Pereira e à colaboração monetária de todos. Foi o Povo que construiu também a Escola Primária da povoação, que data de 1916.
Quanto a factos mais recentes, convém referir o nome do industrial da terra, Joaquim José Louro Pereira, que para além do desenvolvimento económico que trouxe a toda a freguesia e ao concelho em geral, mandou construir a Capela Mortuária de Amiais de Cima, oferecendo-a ao Povo a 09 de Janeiro de 2000, dia dos festejos anuais em Honra da Santíssima Trindade, com a benção do Padre Garcia.
Também a Escola do 1º Ciclo e o Jardim de Infância de Amiais de Cima foram construídas por este industrial e oferecidos ao Município de Santarém para serem incluídos na rede oficial do Ministério da Educação. A inauguração teve lugar no início do ano lectivo 2007/2008, em Setembro e contou com a bênção do Senhor Bispo de Santarém, D. Manuel Pelino Domingues.
Entre os lugares de Abrã e Amiais de Cima, encontra-se um espaçoso vale conhecido como Regueiras, por onde, de harmonia com o 1º traçado da estrada nacional 361, esta deveria passar. Ou seja, na parte compreendida entre Alcanena e Alcanede, o traçado original determinava que esta deveria passar pelos Olhos de Água, Amiais de Baixo, Canal e Abrã. A influência do Conde de Monsanto, que desejava defender os interesses da sua terra natal, determinou que assim não fosse e que esta estrada passasse por Amiais de Cima e Monsanto, o que foi decisivo para o desenvolvimento das duas localidades.
Amiais de Cima é, de facto, bastante industrial, destacando-se as indústrias de curtumes, de mobiliário e a cerâmica. Este espírito empreendedor só tem beneficiado a população, pois para além do que já foi referido, alguns empresários têm colaborado no alcatroamento das ruas da freguesia.
Relativamente à Coutada, conta-se que nos princípios do Séc. XVII, foi desterrado, em consequência de ter cometido um crime grave, um grande fidalgo para o pequeno lugar de Coutada de Cima. Este tem esta designação devido ao facto de ser uma coutada de caça, onde havia lebres, coelhos, perdizes, rolas, pombos bravos e outras aves. Também havia raposas, ginetes e texugos. Foi neste local que o referido fidalgo viveu isolado durante alguns anos, constituiu família e morreu. Da casa onde viveu ainda hoje existem restos.

Outro lugar da freguesia de Abrã é o Canal. A fundação deste lugar, segundo reza a tradição, remonta a tempos longínquos.
Próximo do lugar que já foi referido, designado por Capelas, encontra-se o Casal de S. Sebastião, que viria mais tarde a chamar-se Casal das Capelas, isto porque os moradores deste lugar iam buscar água a uma bica que fizeram, colocando uma cana no meio de pedras. Como as pessoas gostavam muito dessa água deram ao Casal o nome que já tinham dado às terras onde se encontrava a bica (Capelas). O Casal das Capelas era constituído por seis moradias, que se encontram actualmente em ruínas.
O Canal fica, então, situado a 700 metros do Casal das Capelas. Não se sabe ao certo porque é que aquelas pessoas se mudaram de um sítio para o outro, no entanto, supõe-se que tenha sido, devido ao facto de haver um vale, por onde passa um pequeno ribeiro, o que faz com que as terras sejam mais férteis, melhores para construção e mais acessível para estabelecer contactos com povoações vizinhas.
Quanto ao nome, Canal, e segundo reza a história, prende-se com o facto de ali passar um cano com água para os campos vizinhos.
Por aqui também passaram as tropas francesas, em 1810, tendo causado múltiplos danos, destacando-se a destruição de uma importante azenha, pertencente à família Camões de Abrã, num local conhecido como Pucariça.
No Canal existe uma ermida muito antiga em louvor de São Silvestre, que é bem conhecida pelos povos de lugares vizinhos. Nos dias 31 de Dezembro e 1,2 e 3 de Janeiro seguinte, realizam-se os festejos em honra de São Silvestre, nos quais era tradição que os proprietários de gados ovino, caprino, bovino e muar, os levassem a dar voltas em redor da capela, deixando na capela, depois de cumprirem as promessas, as respectivas esmolas.
Esta povoação, desde os princípios do Séc. XX, tem vindo a desenvolver-se, tendo para isso contribuído a estrada municipal que liga Abrã a Amiais de Baixo.

A Povoação do Cortiçal deve o seu nome ao facto de, há séculos terem existido nas suas imediações numerosos cortiços de abelhas, situação que ainda hoje em dia se mantém.
Por aqui passaram as forças de D. Afonso Henriques, vindas de Coimbra, com destino à conquista de Santarém aos Mouros, em Março de 1147, bem como as tropas francesas, em 1810, tendo causado inúmeros danos. O povo, para escapar à morte, foi obrigado a refugiar-se nas grutas mais próximas, situadas na Serra d’Aire e Candeeiros. Também as epidemias de cólera e febre amarela, que se registaram em Portugal durante o reinado de D. Pedro V, causaram nesta região muitas mortes, de tal forma que parte dos corpos teve que ser sepultada nos terrenos vizinhos às povoações.
Os costumes dos habitantes, durante o Séc. XIX e início do Séc. XX eram bastante característicos. Os casamentos, no geral, obedeciam a preceitos. Nestas festas, com a duração de três dias, chegavam-se a matar bezerros para oferecer aos convidados, o que, na maioria dos casos, ainda hoje acontece, e a música das filarmónicas ouvia-se dia e noite. A luz do sol servia de relógio a toda a população, havendo ainda hoje um exemplar de um relógio de sol, embora em mau estado de conservação, situado na Primeira Casa do Cortiçal.
De facto, a povoação do Cortiçal teve o seu início, precisamente na construção de uma casa, conhecida como a Casa do Alpendre. Essa casa foi construída por volta de 1780 ou 1680 (?)4 por Manuel da Costa, casado com Rosa Maria (naturais do Vale Florido) e que possuíam todas as terras que abrangiam o que se conhece hoje por Cortiçal. Estes tiveram uma filha que casou com José Francisco Louro, nascido no Cabeço das Pombas, em 1788, e que combateu contra a invasão dos franceses na 1ª década do Séc. XIX. Durante o tempo que cumpriu o serviço militar aprendeu a ler e a escrever, tornando-se no único alfabetizado de toda a região. Por este motivo foi nomeado Juiz de Paz, função que exercia na Vila de Alcanede. José Francisco Louro
ficou a residir na Casa do Alpendre, que passou por diversas mãos e funções, tendo servido de Escola Primária até 1923, altura em que se construiu um edifício para o efeito. Ainda hoje a Primeira Casa do Cortiçal está de pé, tendo deixado de ser habitada em 2007.
Quando se fala do Cortiçal, convém referir que é uma povoação cujos habitantes possuem um notável espírito empreendedor. A construção do edifício escolar levado a cabo pelo povo em 1923, testemunha o esforço dos naturais daquele lugar. A comissão empreendedora deste melhoramento era constituída por João Francisco Louro, Francisco Constantino Louro, José Francisco Louro, Manuel Constantino Louro, Manuel Louro Júnior, Manuel João Louro e pelo Prof. Albertino Henriques Barata, que foi também o fundador da escola, tendo inclusivamente o seu nome gravado numa lápide situada numa das paredes do edifício. Actualmente este edifício faz parte do n.º de Escolas encerradas pelo Ministério da Educação, sendo as crianças do Cortiçal transportadas para a nova Escola de Amiais de Cima. Será conveniente referir, ainda, os nomes dos soldados Joaquim Louro e Teófilo dos Santos, naturais respectivamente do Cortiçal e do Vale Florido, que perderam a vida defendendo a pátria. O primeiro, em França durante a I Guerra Mundial e o segundo, em idênticas circunstâncias, mas em Moçambique contra a Alemanha. Para além destes, participaram ainda neste conflito, António Louro (Carpinteiro) e Isidro, ambos do Cortiçal.
Quando se fala em soldados, naturais da freguesia de Abrã, que representaram o país em conflitos internacionais, convém focar o facto de terem sido vários os que participaram na Guerra Colonial, na Índia, Angola, Guiné e Moçambique, mas mais importante que este, foi o facto de, felizmente, todos terem regressado com vida.
O desenvolvimento deste lugar começou nas primeiras décadas do Séc. XX, com a introdução de um autocarro diário para Santarém, benefício que se deve a Francisco Roque, e com a inauguração da estrada municipal, em 1940, que tornou mais curta a distância entre o Cortiçal, Amiais de Cima e Amiais de Baixo e a partir daí para o resto da região. Actualmente destaca-se a indústria da extracção de pedra, a agricultura e alguns serviços de transporte.
A umas escassas dezenas de metros do Cortiçal, fica situado o pequeno lugar de Vale Florido, constituído apenas por uma única rua. Essa rua divide as Províncias do Ribatejo e Estremadura; os Distritos e as Dioceses de Santarém e Leiria; os Concelhos de Santarém Porto de Mós e Alcanena; e as Freguesias de Abrã, São Bento e Louriceira. Esta divisão é raríssima, e acentua-se com o facto de haver uma casa de habitação, precisamente neste enclave, o que provoca a situação anómala de, quase se poder dizer que cada assoalhada está situada numa freguesia, fazendo com que o seu proprietário Zé d’Itália, faça cada tarefa doméstica num concelho diferente.

Do livro de Albertino Henriques Barata, “Notícias históricas sobre o concelho de Santarém”, in, Colecção Cadernos Culturais, 1992, Divisão de Cultura, Desporto, e Tempos livres da Câmara Municipal de Santarém, pp. 21-27,
- No artigo de M. A. Louro, “A História de uma Rosa que deu Louros”, in Arauto, n.º 3, 08/04/1995,diz-se que pelo número de gerações da família que construiu a casa, a data de construção seria do Séc. XVIII.

domingo, dezembro 12, 2010

VAGUEANDO POR AQUI NESTE MUNDO

Andei naquele, noutro e neste autocarro
Ao lado esteve, está e estará um amigo caro
Que com encontros e desencontro já nem reparo!

Desta vez ia ver minha querida e estimada tia
O aniversário dela mais uma vez era o dia
Nada pude eu comer, um dente muito doía...

Enquanto o autocarro violentamente trepidava
Eu este poema imaginava e escrevê-lo tentava
Uma menina indiscreta ao lado gargalhada dava!

Perto uma madura mulher casada com o Baco
Tentava a força dar ao rapaz novo um cavaco
Ele, o rapaz na jovem força olhava com asco!

Meu pensamento continuava vagueando
Ao ritmo do autocarro sempre viajando
Aos homens e ao mundo meditando!

De Quioto à Copenhaga à Cancun há anos
De reuniões de certezas e de enganos
No céu o ozono chora com os danos!

África de Sul é a próxima esperança
Nesta caminhada que nada alcança
Porque o homem quer cheia a pança!

Na China continua recluso o dissidente
Que recebe o Nobel e fica ausente
E oferece ao mundo mais um presente!

No Ocidente prega-se a divina liberdade
E Wekliks pensa que é pura verdade
E vasculha, vira e revira sem necessidade!

O segredo dos deuses chega aos ouvidos
E muitos no Olimpo sentem-se ofendidos
E acusam o ladrão de dados perdidos!

Mais o crime não pode ser crime
Procura outro que só pode ser crime
Como é livre o polvo do livre Regime…

Entre os cínicos deuses do Ocidente
E o pachorrento e obeso Buda do Oriente
Situa a virtuosa Terra do Médio Oriente!

Passam os tempos e os costumes permanecem
E a justiça e os hábitos duros e cegos fazem
Com pedras mulheres e meninas perecerem!

Não havendo por rectidão dos machos as violações
Adultérios são para suas fêmeas as acusações
Nobres homens, belas acções e puros corações!


O autocarro parara… era a última paragem do destino
Ainda tinha tempo para lembrar do menino
Recém-nascido e abandonado ao seu destino!

Era das treze de hoje o jornal da tarde de sábado
Do dia depois dos direitos humanos desejados
E do jornalista reclamando direitos atropelados!

Triste e envergonhado por pertencer a espécie humana
Descia e via uma vendedeira com uma única banana
Que me dizia, feliz e dengosa, que se chamava Bela Susana!


João Furtado

12 de Dezembro de 2010

sexta-feira, dezembro 10, 2010

F E L I Z N A T A L

F Foi numa noite fria e calma

E Enquanto todos leito tinham

L Lá longe numa gruta deserta

I Inda Menino o Deus Nascia Pobre

Z Zelado por Maria e José e as Estrelas.



N Não teve cama nem cobertor, mas,

A As estrelas, Ele teve e anunciavam

T Tão longe quanto pequeno é o Mundo…

A As prendas vieram e entre elas o sofrimento, e,

L Lágrima dos homens chorava enquanto Maria Sorria!





João Furtado

Plantas

quinta-feira, dezembro 09, 2010

Feliz Nata!

Feliz Natal a Arlete Piedade e a João P. C. Furtado! E a todos os visitantes deste espaço maravilhoso criado por Arlete Piedade!

Natal é tempo de perdão
Renovação
Alegria que enfadiga
Diga a verdade
Sempre

quarta-feira, dezembro 08, 2010

FELIZ NATAL E PROSPERO ANO NOVO

Fazendo o balanço do ano que finda
Este 2010 não foi mau de todo
Lentamente o dengue reduziu-se e as
Ilhas ficaram mais verdes com as chuvas caídas
Zelo à volta e vejo um povo um pouco mais alegre...

Na verdade o dinheiro não é muito
A pobreza crescida no mundo se reflecte,
Também não podia ser diferente…
A terra toda em recessão e nós os flagelados…
Lógico está que tínhamos que sofrer também!


E…


Para o Ano 2011 que vem Novo
Repleto de segredos e promessas
Os meus maiores desejos são para todos
Saúde e paz e amor e respeito pelo ambiente
Para que o mundo seja mais saudável
E a guerra, o maior mal dos homens,
Rejeitado seja pelos governantes do Planeta
O gasto resgatado que sirva para construir a PAZ…

Amor, bela palavra e símbolo de saúde mental
Não deixem que o ódio mate este bem interior
O amor que alimenta-nos e vive dentro de nós!

Nesta quadra de reflexão e balanço total da vida
O meu pedido, o presente que espero de todos vós…
Vos peço em presente, respeitem a Natureza
O mundo que temos pertence aos nossos NETOS!



João P. C. Furtado

Embaixador de Poetas del Mundo em Cabo Verde

Praia, 08 de Dezembro de 2010

domingo, dezembro 05, 2010

NATAL NO JORNAL E RÁDIO RAIZONLINE !

Natal no Jornal e Rádio Raizonline!

Já é Natal! O espírito natalício vai tomando conta de todos nós! É o frio a chegar, é a atmosfera de bulício e alegria latente, os atropelos, as correrias diárias, as festas dos miúdos, todo um clima de alegria e pressa que nos invade!

Os presentes para comprar, que iremos fazer para a ceia de Natal, que familiares teremos que convidar? Onde se reunir a familia? Tudo questões para resolver...mas e a principal? Com esta crise como gerir o dinheiro que cada vez é menos?

Não vou dizer que temos uma reposta, ou damos dinheiro aqui na Radio Raizonline! Mas damos uma ajuda á nossa maneira! Alegrando os seus dias com poesia e música, para que possa relaxar uns momentos escutando a nossa Radio!

Então o meu desafio e convite hoje é:

- Mande-nos um poema ou um conto de Natal!

Todos serão gravados com música natalicia e serão passados na nossa rádio, em horário que será comunicado posteriormente, para que você possa partilhar com os seus familiares e amigos, o seu talento, nesta quadra tão especial! Se já tiver poemas gravados pode também enviar-nos o audio de preferênica no formato mp3.

Mande para o meu email: arletepiedade@raizonline.org e de todos acusarei a recepção e será dado o maior carinho e atenção!

Espero por vocês e os vossos trabalhos de Natal!

Beijos ternurentos! Feliz Natal!!

Arlete Piedade

É NATAL !



Mais um Natal que chega para nos recordar!

Já se sentem, envolvendo-nos, as vibrações!

A paz e a doçura instalam-se nos corações!

- O nascimento de Jesus vamos festejar!



A ementa da ceia de Natal, é reduzida.

Os presentes serão oferecidos com amor;

humana fraternidade será escolhida,

para mitigar a solidão, o frio, a fome e a dor!



- Tira da tua mesa de Natal, uns pedaços -

pão, carne, bolos! - Enfeita com alguns laços!

- Vai levar áqueles vizinhos esfomeados...



Mas cuida para a humildade, apagar os traços

do orgulho! – E acolhe com carinho, nos teus braços,

se a emoção calar as bocas amarguradas!





Arlete Piedade

Natal 2010

terça-feira, novembro 30, 2010

NATAL 2011

O tempo que foi já era
Nesta nova e difícil era
Na mudança da pobre terra!


O inimigo cruel e sem rosto
Com maldito e péssimo gosto
De criar inocente desgosto!

Mulheres e crianças nossas
São mortas em massas
Para força mostrarem apenas!

Lá vem a porta o Natal
E nós cá pensamos que tal
E o terror com bomba fatal!

Não se tem a confiança
Nem da carta com fiança
Pois pode provocar matança!

O homem do homem morre
Tanto na grande e gêmea torre
Como quando de morte corre!

O pobre já este é de fome
Pois nada tem que se come
E ninguém tem que se tome!

Até a terra que foi pródiga
O homem antigo que o diga
Estéril se torna e quase mendiga!

O Cristo de novo é desejado
E Obreiro o mundo seja transformado
E o pensamento para a paz direccionado!


João Furtado

Praia, 23 de Novembro de 2010

sábado, novembro 27, 2010

PEÇA UMA MUSICA NA RADIO RAIZONLINE!


Sábado á noite presenteie os seus amores, dedicando-lhe uma música com uma mensagem romantica ou afectuosa!

Estarei á espera do seu pedido! Acesse a RADIO RAIZONLINE, neste site:

http://www.raizonline.com/radio/

Para poder falar comigo, adicione o nosso menseger que é: raizonline@hotmail.com

Horário de Portugal: Das 23h00 á 01h00;

Horário do Brasi:
- Das 21h00 ás 23h00 (Rio de Janeiro, Brasília, S. Paulo, Porto Alegre)
- Das 20h00 ás 22h00 (Recife e Salvador)

Horário do Canadá: Das 18h ás 20h;
Horário da Europa: Das 24h ás 02h (de domingo).

Também poderá pedir poemas de amor declamados ou enviar-nos um poema seu ou de um autor devidamente identificado, para dedicar a quem desejar!

Não falte! Ajude-nos também a fazer da Rádio Raizonline, um caso de sucesso como o seu "pai" o Jornal Raizonline que é lido em mais de cinquenta países e recebe cerca de 5.000 visitas semanais!


RADIO RAIZONLINE - LIDER EM CULTURA E MUSICA DA LUSOFONIA

Camões, Fernando Pessoa, Padre António Vieira, Olavo Bilac e mais poetas e escritores clássicos e não clássicos consagrados e ainda não consagrados, cultura de raiz sertaneja e do cerrado, cabo verdiana, africana em geral juntamente com musica das mesmas origens e outras inseridas no espaço de presença de comunidades lusófonas são, juntamente com a presença de colaboradores de qualidade e seus trabalhos recentes, a receita do nosso sucesso.

Ouça-nos 24 sobre 24 horas em http://www.raizonline.com/radio/ .

Conheça a qualidade da nossa alternativa cultural.

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crea tu firma animada

terça-feira, novembro 23, 2010

NEBLINAS


Neblina

Vejo uma pedra desgastada pelo tempo
Um ribeiro tranquilo a caminho do mar
A lua leitosa, nadando no firmamento
Uma noite de inverno, prestes a terminar

Raios de sol lutam para romper as neblinas
Aves escuras esvoaçando fumacentas
Perólas de água orlam linhas de aranha, finas
Trovões se anunciam prenunciando tormentas

Gotas escorrem das folhas, na aragem densa
Troncos negros, tocados por dedos de névoa
Ar gélido desvanecendo ao sol nascente...

Tuas mãos ardorosas, teu olhar apaixonado
Limpam do meu espírito turbilhões de treva
Com as labaredas da nossa paixão ardente!

Arlete Piedade

segunda-feira, novembro 22, 2010

DIA DE CHUVA


Dia de chuva

Acordei de madrugada e chovia lá fora
O anúncio de inverno, bate na janela
Aconcheguei-me esquecendo a hora
Nos macios e quentes lençois de flanela

Fechei os olhos sonolenta e pensativa
Recordando o passado longe e distante
Esforcei-me por imaginar na tentativa
De reviver nossas emoções, num instante

Mas não é só o corpo que cansado, recusa
Também o coração onde se aninha o amor
E a mente que só para ti, está reservada

Também a minha vida se esvai, e confusa
Dia a dia, me vou conformando com a dor
de que nunca irei me sentir por ti beijada!

Arlete Piedade

quinta-feira, novembro 18, 2010

DEDIQUE UMA MUSICA ROMANTICA AO SEU AMOR NA RADIO RAIZONLINE!


PRESENTEIE O SEU AMOR COM UMA MUSICA ROMANTICA!
Aos sábados á noite presenteie o seu amor (ou quem desejar), dedicando-lhe uma música com uma mensagem romantica!!!


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A Rádio Raizonline, depois de um período experimental, está já em emissão contínua 24 horas por dia, com música de todos os estilos, épocas e regiões, bem como poesia dos grandes poetas de várias épocas!

Tem alguma ideia a propor-nos para o seu próprio programa? Entre em contacto connosco que teremos muito gosto em apreciar a sua sugestão!

Esperamos por vocês!

Arlete Piedade

http://www.raizonline.com

quarta-feira, novembro 17, 2010

NÃO ESQUECER HAITI

O mundo não pode esquecer
O sofrimento permanente Haitiano
Completa em Janeiro um ano
E o povo continua a falecer!

Depois do terramoto, os dilúvios
E com ele a fome e doença
A miséria é constante presença
As tendas e o nada são anúncios!

Haiti continua a clamar pelo apoio
E eu cá impotente, grito com poema
Vendo o povo na pobreza estrema,
Esquecimento colectivo é meu receio!

João Furtado

17 de Novembro de 2010

segunda-feira, novembro 08, 2010

Dia da Música no Brasil.

Em 22 de novembro é o Dia da Música no Brasil, também é Dia de Alfabetização Musical.

Nos portais:

http://www.macrisan.com/alfabetizacao-musical

e

http://www.grupoinstrumental.net/alfabetizacao-musical

há material disponível para iniciar a alfabetização musical.

As notas musicais são: dó, ré, mi, fá, sol, lá, si ou C, D, E, F, G, A, B.

Tiveram a sua origem do Hino à São João Batista:

Ut queant laxit
Ressonare fibris
Mira gestorum
Famuli tuorum
Solvi polluti
Labii reatum
Sancte Ioannes

Antes eram utilizadas as letras do alfabeto para denominar as notas musicais, à partir do século XVII houve a mudança de ut para dó, poderia ser uma abreviação de dominus, significa Senhor.

domingo, outubro 31, 2010

Um logotipo para Raizonline.

Gostaria de saber se o Raizonline tem o logotipo estampado em camiseta, boné ou para ser colado no vidro do carro. Acredito que seria uma boa propaganda, inclusive de identificação de ideiais. "Eu sou Raizonline!"

terça-feira, outubro 26, 2010

Feliz dia do Saci!

Feliz Dia do Saci!

Lei nº 11.669, de 13 de janeiro de 2004


Projeto


de lei nº 1128/2003, do deputado Afonso Lobato - PV

Institui o "Dia do Saci"


O GOVERNADOR DO ESTADO DE SÃO PAULO:

Faço saber que a Assembléia Legislativa decreta e


eu promulgo a seguinte lei:

Artigo 1º - Fica Instituído o "Dia do


Saci", a ser comemorado, anualmente, no dia 31


de outubro.

Artigo 2º - Esta lei entra em vigor na data


de sua publicação.

Palácio dos Bandeirantes, aos 13 de janeiro de 2004.

Geraldo Alckmin


Fala, Brasil!

http://www.brazil-brasil.com Tecnologia Joomla! Gerado: 26 October, 2010, 18:16

Cláudia Maria Costin - Secretária da Cultura

Arnaldo Madeira Secretário - Chefe da Casa Civil

Publicada na Assessoria Técnico-Legislativa, aos 13


de janeiro de 2004

sexta-feira, outubro 15, 2010

ELA VOLTOU PARDAL

Pardal ela, a minha amada voltou
O meu amor esta de volta
E com ela a minha devota
Filha, a Nuna também regressou!

Para e escuta amigo pardal
Hoje sou eu a falar e a cantar
Ouvi-te durante meses a tagarelar
Hoje vamos trocar de papel, que tal?

Psiu, por favor, amigo, silêncio absoluto
Estou feliz e hoje muito me contento
Comigo próprio, sei qual o teu intento
Queres me fazer perder impar momento...

Esquecer que a família se reuniu
E que egoistamente tudo se tornou cor de rosa
E sair desta paz e alegria primorosa
E lembrares-me a Chinesa que China prendeu!

E que tenho eu a ver com a Iraniana
Pardal chato e sem mínimo de juízo
Ou com a França e greves e prejuízo
Hoje que o mundo é aqui e aqui termina?

Deixa para amanha ou me conte amigo
Dos minérios que sãos e salvos estão
Todos com felicidades no coração
Com suas famílias... Apenas isto... Te digo!


João Furtado



Praia, 14 de Outubro de 2010

quarta-feira, outubro 13, 2010

O REGRESSO DO PARDAL

Finalmente regressas pardal
E belas notícias trazes enfim
Das entranhas surgem os minérios


Meses em cativeiro forçado
A altas temperaturas vividas
A esperança não esmoreceu!

A alegria do teu canto
Pela acção nobre de resgate
Me contagia e me faz sorrir!

Finalmente o homem
Nas muitas desgraças
Dá uma razão de se ter razão!

Obrigado pardal pelo hino
Que bem cantas
Os meus ouvidos se regozijam!

João Furtado

13 de Outubro de 2010

segunda-feira, outubro 11, 2010

CHORO POR TI FRANÇA

Choro por ti minha querida e amiga França
Tu que já foste esteio prima da Liberdade
Hoje xenófoba te apresentas com intensidade,
Tu que ao mundo liberdade mostraste-a como divisa!

Ontem muitos dos teus filhos Ciganos
Mandas-te sair com os pais Húngaros
E hoje com pouco e muito poucos humanos
Pedes para até nomes mudar... Quais futuros?

Quero te pedir para reflectires França
E lembrares que sempre tiveste Legiões
E que o mal não está nas raças nem religiões
Mas nos corações com pouca ou sem esperança!

Te peço França que voltes a Liberdade
Que sempre vi em ti e em ti o mundo inspirou
E por ela Nova York a Bela esfinge recebeu
E se tornou na mais bela e acordada Cidade!


João Furtado

Praia, 11 de Outubro de 2010

sexta-feira, outubro 08, 2010

PRESENTEIE O SEU AMOR COM UMA MUSICA ROMANTICA!

Sábado á noite presenteie o seu amor (ou quem desejar), dedicando-lhe uma música com uma mensagem romantica!!!


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raizonline@hotmail.com



Adicionalmente, poderá usar o Skype adicionando o meu nome: arlete.piedade


Horário de Portugal: Das 23h00 á 01h00;
Horário do Brasil e América Latina: Das 19h ás 21h;
Horário do Canadá: Das 18h ás 20h;
Horário da Europa: Das 24h ás 02h (de domingo).

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Esperamos por vós!

Arlete Piedade

http://www.raizonline.com

quinta-feira, outubro 07, 2010

LAMA VERMELHA MORTA E TOXICA

Lama vermelha, morta e tóxica se torna viva
E evade a bela e calma rural parte da Hungria
E do Danúbio, o rio ameaça tirar toda a alegria
Tudo se parece a egípcia praga Bíblica e Divina
Os campos outrora férteis e pródigos, estéreis se tornam
E os homens outras paragens mais promissoras procuram
E os nunca culpados animais e plantas, vítimas se tornaram!


João Furtado

Praia, 8 de Outubro de 2010

Rádio Natal e Ano Novo



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segunda-feira, setembro 27, 2010

HÁ VIDA




Há vida

O outono vem chegando ao norte
Com suas cores fortes e nostálgicas
A sul é a primavera que se instala
Com seu rol de alterações climáticas
É o tempo frio e seco no planalto
Com as dificuldades respiratórias
São as chuvas diluvianas inundando
E todo um desfilar de tristes histórias
Mas o planeta aquecido sobrevive
Se adapta e vai seguindo viagem
Por aí, através do espaço sideral
Há previsões do fim do mundo
Há arautos da desgraça anunciando
Que agora será mesmo o final
O homem não cuida da natureza
Dizem, mas as tentativas se multiplicam
E apesar das alterações climáticas
Ainda haverá esperança?
Há jovens perdidos há deriva?
Há bebés nascendo todavia
Há vida na cidade, há tristezas
Mas há também alegrias...
Há vida, afinal, vida a ser vivida...

Arlete Piedade

sexta-feira, setembro 24, 2010

AI MEU AMOR, MEU AMOR E MEU AMOR

Ai meu amor, meu amor e meu amor

Caboverdeano é mesmo basofo, basofo
Olha lá amor, enquanto se morre em Kosofo
Eu cá brinco e de que maneira de embaixador!

Ai meu amor, meu amor e meu amor

Passamos tanto tempo a chorar, que seca
Das nossas penúrias e da prolongada secas
Se chover lamentamos as lamas... Que humor!

Ai meu amor, meu amor e meu amor

Ainda tem duvidas que somos basofos
E julgas que estou com falsos desabafos
Temos cidades mil vazias e alto rumor!

Ai meu amor, meu amor e meu amor

Olha o lixo que aquele visinho tem na porta
Foi colocado por outro vizinho, nada importa
Esta é a limpeza nossa, amor, transferência amor!

Ai meu amor, meu amor e meu amor

Com tanta coisa boa que Senegal tem
Copiamos o esgoto a céu aberto, temos também
Não é só em Dakar, em Lém Ferreira temos amor!

Ai meu amor, meu amor e meu amor

Nossa basofaria é grande e não tem limite
Só que ninguém nunca e nunca se admite
Somos mil pobres que helvéticos meu amor!

Ai meu amor, meu amor e meu amor

E helvéticos têm metade e nós o dobro
Olha que para isto escrever, eu cobro,
De ministros meu amor, temos muitos amor!

Ai meu amor, meu amor e meu amor

Eu não fujo a regra geral das nossas regras
Estou no dez a tomar e a encher-te de palavras
Enquanto você meu amor espera meu beijo amor!

Ai meu amor, meu amor e meu amor

Basofaria não tem limite mesmo querida
Falar de beijo e amor e pacata e sedentária vida
Enquanto França expulsa ciganos meu Amor!

Ai meu amor, meu amor e meu amor

Nós cá a içarmos a linda bandeira de desenvolvimento médio
Na Étiopia e não só na África a guerra e fome enchem de ódio
E de deslocados e de mutilados e mortes e de muito real terror

Ai meu amor, meu amor e meu amor

Esta bosofaria nasceu conosco, eu, a revelia me fiz poeta
E agora, sem mandato, quero dar esta de ser também profeta
E dizer ou mudamos e matamos o mundo, amor que destemor!


Ai meu amor, meu amor e meu amor

Ainda vou mais longe e atreve e penso e imagino e digo
Que nossos filhos vão nos cobrar o que fizemos, isto é comigo?
Ai meu amor, isto é de profeta, prever certo futuro não é de embaixador...

Ai meu amor, meu amor e meu amor

Caboverdeano é assim, nasceu assim, basofo vai viver
E assim vai ufano e muito senhor de si mesmo morrer
Que Tu tenhas pena e nos perdoe, Tu Deus que és de tudo Senhor!


João Furtado

24 de Setembro de 2010

quinta-feira, setembro 16, 2010

PRIMEIRA CARTA A LIZITA




Para ti minha querida e amada filha
Que a sede da razão fez ir a Lisboa
Espero que estejas de saúde boa
Enquanto eu cá isolado fico na Ilha!

Não és a primeira a partir, minha querida bem
O primogénito Juanito foi há dez anos
E a esforçada Belma que tanta falta fizeram-nos
O Popas rebelde não se fez esperar também….

Mas tu me deixaste um vazio no coração
Não sei se por seres a mais recente
Ou por teres cá ficado como presente
Atenuante no momento de tanta preocupação!

Vezes sem conta tu tomaste a rédea a situação
E eu que mais me afadigado que resoluto…
Principalmente nos momentos de luta e luto
Me senti que és uma mulherzinha de acção!

A tua mãe não deve demorar o regresso
A casa irá ficar um pouco mais animada
A Nuna sempre a querer ser mimada
E tu longe procurando teu progresso!

Partiste agora e espero ver-te voltar em Dezembro
E o Popas, doce filhos para me alegrarem o coração
O Natal será mais alegre e será uma bela reunião
Por enquanto de coisas vossas boas me lembro

E rezo a Deus dos homens e dos Santos
Que vos iluminem nas vossas caminhadas
E que as maiores vontades vossas desejadas
Sejam coroadas de sucessos e de grandes êxitos!


João Furtado

Praia, 17 de Setembro de 2010

quarta-feira, setembro 15, 2010

EU E O MEU PARDAL NOVAMENTE

Eu te vejo muito tristonho
Meu belo pardal confidente e amigo
Tão calado estas tu que sempre falaste comigo
Tu que sempre entraste até no meu sonho...

Estou muito triste amigo João
Venho do Cabo das Esperanças
E na bagagem trago poucas esperanças
As baleias são mortas que dói o coração...

E na terra a vida dos pacíficos elefantes
Não está nada fácil, dizem que é o fim
Todo por motivo apenas dos dentes de marfim
O mundo esta a perder os últimos gigantes

Pardal o mundo sempre foi assim
Que te espanta agora de deferente
O Homem por ser sempre carente
Plantas e animais e até ele próprio dá o fim!

A minha tristeza é ver, meu amigo
A nossa pouca voz entre os humanos
De crimes acusados e condenados por anos,
Por defenderem o mundo do perigo!

João Furtado

Praia, 15 de Setembro de 2010

segunda-feira, setembro 13, 2010

A CHUVA, A BRISA E AS LAGRIMAS

A CHUVA, A BRISA E AS LAGRIMAS

Do céu a chuva rega a terra
Enquanto eu tento e faço
Este poema com pouca regra
Certo, certo... É teu todo meu espaço!

Feliz, sinto a terra inalando
O característico perfume natural
Enquanto tua ausência eu fico chorando
Sobre a lagoa da lágrima muito plural!

Ao longe um galo madrugador canta
Avisando a hora aos seus amores
E eu que só a tua beleza me encanta
Nem sinto na rua os efémeros rumores!

Uma brisa calma e suave
Chega até mim de mansinho
Tão discreta e tão leve...
Sinto nele teu desejado carinho!

Seco por dentro, no meu coração
E por lagrimas e chuva molhado por fora
Sinto alento nesta natural acção
E tu perto também, apesar dos embora...

João Furtado

Praia, 13 de Setembro de 2010

sexta-feira, setembro 10, 2010

CARTA AOS MEUS AMIGOS

Ao som madrugador dos pardais
Os amigos meus mais íntimos
E que sabem que a todos estimo
Escrevo e desejo saudações cordiais!

Bem nobre é a poética missão
E o teu esforço, diria titânico
Bem merece uma compensação
E brevemente não serei único!

Nas mãos tenho a biografia
Da esforçada e querida Edite
E espero pela fotografia
Morreu-lhe a avó infelizmente!

Espero que assim que se recomponha
Me envie a foto e os belos poemas
Cabo Verde não se envergonha
Iremos ser muitos, não temas!

De São Vicente culta Ilha
Tenho a Linda Poetisa, India Libriana
Ela não está jamais enganada
Nos belos poemas feitos se perfilha!

O meu grande amigo Abrão Sena
Não me consta que seja poeta
Mas se entre nesta pequena cena
É porque amigos tem com sempre comenta !

Não como eu, que sou seu amigo por sorte
Pequeno e insignificante catador de letras
Mas grandes tubarões de poética arte
Venha de lá tua ajuda de grande nas palestras!

Jorge, meu grande amigo de anos passados
Tu és homem de PAZ e de amizade
Não fiques de pensamentos atados
Solta-os e aceita entrar nesta irmandade!

Para ti poetisa Artemisa Ferreira
Uma ajuda de fundo do meu peito
Passa a invisível e pequena barreira
E faça o que tem que ser feito!

Ao Mundo garanto e a Ti, Meg Poetisa
Pela grande e esforçada dedicação
Se conseguir esta minha premissa
De nós os poucos entrarmos, os sagrados virão!

João Furtado
Praia, Cabo Verde

quinta-feira, setembro 02, 2010

Independencia do Brasil - 7 de Setembro

Independencia do Brasil – 7 de Setembro

Foi a 7 de Setembro de 1822 que ás margens do ribeiro Ipiranga, onde hoje é S. Paulo, que D. Pedro de Alcantara, príncipe regente do Brasil e herdeiro da coroa portuguesa, pronunciou aquele que viria a ser conhecido como “O Grito do Ipiranga” o célebre “INDEPENDENCIA OU MORTE!”, que marcou oficialmente o nascimento do Brasil, como nação independente.

O Brasil era uma colónia de Portugal, tendo sido descoberto oficialmente por Pedro Álvares Cabral, em 1500, e assim se manteve até que na sequência da Guerra Peninsular e das Invasões Francesas ordenadas por Napoleão Bonaparte a várias países, entre os quais, Espanha e Portugal, havia o risco de Portugal perder a sua independencia se a família real, fosse aprisionada ou morta pelos franceses.

Então surgiu a decisão do Rei e sua família, acompanhados por cerca de 15.000 Portugueses, emigraram em massa para o Brasil, para estarem a salvo de Junot e dos seus soldados. Uma armada colossal saiu de Lisboa, composta por cerca de 25 navios marcantes, escoltados pela Marinha de Guerra de Portugal e da Inglaterra, velha aliada e garantia do sucesso da operação.

Chegados ao Rio de Janeiro, estabeleceram-se e começaram a governar Portugal á distância. Mas naqueles tempos as comunicações demoravam o tempo que um navio levava a atravessar o oceano, com as cartas a bordo e muitas decisões tinham que ser tomadas na hora.

Em Lisboa tinha ficado uma Junta de Regencia, que o general Junot mal chegou dissolveu e começou a governar como entendia. Mas um grupo de cidadões no Porto, revoltou-se e desse movimento saiu a Revolução Liberal do Porto, cujos dirigentes pediram o regresso do Rei a Portugal.

Quando chegaram as notícias ao Brasil, D. João VI, resolveu regressar, deixando como regente do Brasil, o seu filho, o príncipe herdeiro, D. Pedro de Alcantara.
As notícias desta revolução e os seus ideias de liberdade, tiveram diversas repercussões não só em Portugal, como na Madeira e nos Açores, mas especialmente, nas províncias do Brasil, onde cada governador reagiu consoante as suas convições e em particular, na defesa dos seus interesses.

Havia dois partidos principais, um dos radicais que era a favor da independencia total do Brasil e da democratização da sociedade, cujos líderes eram Joaquim Gonçalves Ledo e José Clemente Pereira, Outro partido era a favor da colaboração com Portugal e o seu chefe era José Bonifácio da Silva. Mas em Portugal mantinham-se no governo os conservadores e as ordens que chegaram ao Rio de Janeiro, emanadas pelas Cortes, exigiam o regresso imediato de D. Pedro a Portugal, a extinção da regencia e dos Tribunais e a volta do Brasil á condição de colónia.

Perante as ordens do Rei e do Governo, D. Pedro preparou-se para obedecer. Mas no Brasil ele já era visto como o simbolo da independencia, o garante das liberdades e da nova ordem. No dia 9 de Janeiro de 1822, um abaixo-assinado que havia sido efectuado entre o povo do Rio de Janeiro foi entregue ao príncipe pelo Senado da Câmara da cidade, pedindo-lhe para permanecer no Brasil.

Perante isso, D. Pedro resolveu desobedecer ás ordens do Rei e permanecer no Brasil, tendo pronunciado a celébre frase: Se é para o bem de todos e felicidade geral da Nação, estou pronto. Digam ao povo que fico!". Este episódio tornou-se conhecido como o "Dia do Fico"

Mas embora D. Pedro tenha ganho grande apoio popular com esta decisão de ficar, em Portugal continuavam a insistir pelo seu regresso e a mandar-lhe ordens e decretos para cumprir. Então D. Pedro deu mais um passo para a independencia ao decidir que as ordens e decretos só teriam valor e poderiam ser aplicados, depois de ele assim o decidir, apondo a sua assinatura e a ordem “Cumpra-se!”.

Enquanto em Portugal se exigia a volta do Príncipe, no Brasil, as duas principais facções e os seus chefes lutavam para influenciar o princípe a manter os seus previlégios de classe, uns no sentido da liberdade social, outros para manter as benesses da aristocracia rural e da escravidão.

Em finais de Agosto desse ano, o princípe teve que se deslocar á província de S. Paulo, para acalmar uma rebelião contra José Bonifácio da Silva e no regresso a 7 de Setembro, parou para descansar nas margens do ribeiro do Ipiranga.

Foi aí que os mensageiros, o foram encontrar para lhe entregaram novas cartas, uma do Rei e das Cortes voltando a exigir o seu regresso, outra de José Bonifácio, aconselhando-o a romper com Portugal e uma terceira da sua esposa, D. Maria Leopoldina de Austria, incentivando-o a aceitar os conselhos do ministo, dizendo que “os pomos estão maduros, deves colhê-los antes que apodreçam”.

Perante isto, D. Pedro resolveu ali romper definitivamente com Portugal, proclamando a independencia do Brasil, tal como já explicado no início desta peça.

Hoje em dia, comemora-se o “Feriadão” com desfiles e festas em várias cidades, mas quantos brasileiros conhecem a história da sua nação e sabem como as coisas se passaram?

Então convido a todos a reflectirem e passaram aos seus filhos os valores para uma nova ordem e independencia em todos os níveis, da maior nação da América Latina, que orgulhosamente deve liderar os seus vizinhos, rumo ao futuro, com justiça e igualdade.

Arlete Piedade
A independência do Brasil

Declarada por Dom Pedro

O primeiro imperador

Foi em sete de setembro

De mil oitocentos e vinte e dois

Num dia com muita luz

Vento brando e audaz

Independente o Brasil se faz!

A partitura poderá ser baixada em: Festas.

quarta-feira, setembro 01, 2010

TU E EU E O RELÓGIO PARADO

Amor os dias são cada vez mais longos

E aquele relógio que dava hora

Está totalmente parado agora

E eu... sinto falta dos nossos diálogos!



Já não recordas do relógio?

É ele que me acompanha

Tu o compraste naquela campanha

Da loja da esquina, a do Gregório!



Nunca ia a lado nenhum sem ti

Estávamos sempre juntos os dois

Talvez nem lembres... pois

Da alegria que na altura senti!



Nem tudo era cor de rosa

Mas vivíamos juntos todos os momentos

As vezes com os nossos lamentos

Outras vezes numa felicidade primorosa!



Sei que são da vida as contingências

A tua saúde exige a nossa separação

Mas é grande a falta no coração

E os meus ciúmes com suas exigências....



Tenho ciúmes amor, muito ciumes, te juro

Imagina que até do relógio também

Como ficaria a ti esperar tão bem

Se parado estivesse como ele… no escuro...



É verdade quando vieres traga uma pilha

(o relógio vai querer acordar e contigo

Sorrir e dar horas e minutos, que comigo

Ele fechou-se que nem um desértica ilha)



Tenho que te deixar querida e meu amor

Vou trabalhar, ficas no quadro sobre a mesa

E levo-te no coração comigo é uma promessa

Vais me acompanhar e moderar o meu humor!



E a noite quando cansado regressar

E cheio de saudades te ligar pelo telefone

Sabe, não terei outra qualquer fome

Senão de te atender e ouvir e escutar



E cansado irei descansar, mas te levarei

A tua fotografia no quadro, aquele quadro

Podes achar e com razão que sou “malandro”

Mas sozinho, juro-te amor, jamais dormirei !





João Furtado


Praia, 01 de Setembro de 2010

segunda-feira, agosto 16, 2010

Ouça o meu novo programa de rádio "FALAR POESIA" na RÁDIO RAIZONLINE

Ouça o meu programa Falar Poesia ÁS SEGUNDAS E QUARTAS-FEIRAS na RÁDIO RAIZONLINE

Escute hoje na Rádio Raizonline, o meu novo programa “Falar Poesia” das 22h ás 24h (hora de Portugal), acessando aqui:
http://raizonline.listen2myradio.com/

Entrevistas, (ESTA SEMANA COM O FADISTA CANADIANO LUSO-DESCENDENTE, PAULO FILIPE) poesia declamada e boa música!

Podem comunicar comigo no horário do programa adicionando o menseger da rádio em:
raizonline@hotmail.com

Este programa será transmitido de novo em especial para o continente americano, ÁS QUARTAS-FEIRAS NOS HORÁRIOS DE: 21 ás 23h (horário do Canadá) ou 22 ás 24h (horário do Brasil) e madrugada de quinta-feira das 02h ás 04h em Portugal.

ESPERO POR VÓS...

ARLETE PIEDADE

domingo, agosto 08, 2010

NÃO QUERO LIGAR-TE TELEVISÃO

Não quero te ligar televisão
Fazer você falar das guerras
Que deixam dizimadas as terras
Tudo por uma diferença de visão!

Não quero ter a ilusão
Que estão a procurar a paz
E que tudo que o homem faz
É por necessária razão!

Por que tanta tensão
Em busca da verdade suprema
Se a felicidade é um tema
Basta procurar com atenção…

A paz e harmonia e concórdia são
Do bem as únicas estradas
As noticias tão desejadas
Temo, jamais por ti chegarão…

João Furtado

quinta-feira, agosto 05, 2010

QUERO BRINCAR E NINGUEM ME ENTENDE

Quero brincar e ninguém me entende
E se sério ficar estático e lúcido e consciente
Todos com ou sem pena julgam-me carente
Por qualquer pedido a minha mão se estende
Em busca da máscara do palhaço assistente
E eu , cá que sou tão perfeitamente inocente
De portador da mais louca mente
Sou chamado apenas por estar contente!

João Furtado

quarta-feira, agosto 04, 2010

MEU PARDAL MADRUGADOR

Meu Pardal madrugador
De onde vens tão barulhento
E porque estás tão cheio de alento
E ignorando a minha tamanha dor…

Pardal se no silêncio quedo neste assento
Cheio de saudades dos que partiram e triste
Os meus olhos choram… Tu não sentiste…
Pardal vai deixa que só fique neste aposento!

Pardal para de chilrar e vai-te, tu não desistes?
Dá-me um pouco, mínimo, ínfimo de sossego
Deixa-me viver na mágoa em que me entrego
Alheio ao mundo e tudo em que consiste!

Que me importa se aumento o desemprego
Na antiga Europa, a nova “El dourado”
De nós os Africanos, todos desesperados
Ilegalizados e espancados… eu, o meu ego…

Dizes que imagens dos bebes arrastados
E também suas mães por policias na França
Está a matar toda a esperada esperança
Dos direitos humanos desejados…

E que continua a haver matança
Canibal no oriente médio
E que o ser humano cria ódio
E existe cada vez mais vingança…

Pardal, isto vem desde tempo primórdio
O homem sempre foi do homem predador
Deixa-te de queixar… mesmo com todo ardor
Nas palavras por ti posta não alterara o meu princípio!

Continuarei cá com a minha dor
Não aumentarei nela nem uma gota
Que muita alta é a minha quota
De sofrer por mim e por meu amor!

João Furtado

domingo, julho 25, 2010

QUE PRESENTE APRECIADO ( DA POETA MARIA DA FONSECA)














QUE PRESENTE APRECIADO!

Maria da Fonseca




Ameixoeira bendita

Mas que belos frutos dás!

Macios, doces, saborosos,

Do que meu Deus é capaz!




Agora ‘stão no cestinho

Já maduros, tentadores,

Como resistir-lhes posso,

Sendo assim prometedores.





São jóias da Natureza

Que a minha Amiga ofertou.

Outras pendentes do ramo,

O meu olhar alegrou!





Ameixas ‘scuras, vermelhas,

Redondinhas, sumarentas,

Da mão à boca num ai.

Pois se é assim que me tentas!





Com o cestinho vazio

Eu tas venho agradecer.

Se mais tiveres pra dar

Não as deixo apodrecer.

Cerejas da Gardunha (da poeta Maria da Fonseca)












CEREJAS DA GARDUNHA


Maria da Fonseca


A rolar entre pomares

Na quente Cova da Beira

Estávamos curiosos

Para ver a Cerejeira.




Encontrámo-la feliz,

Carregada de cerejas,

As folhas verdes dos ramos

Resguardando-as, benfazejas.




De seus pezinhos suspensas

Eram uma tentação,

Vermelhas e madurinhas,

Milagre da Criação!





Não pudemos resistir

A colhê-las, que pecado,

Do ramo encantador

Sobre o muro debruçado.




Lindas e doces cerejas

Saboreámos, meu Deus!

Logo pensámos trazê-las,

Mas nossas não eram, céus!




Presto saímos dali,

O Sol a pino escaldava,

E o impulso de as roubar

Mais ainda nos queimava.





E se as quisemos trazer

Tivemos que as comprar,

As cerejas da Gardunha

Gostosas ao regressar!

FELIZ DIA DOS AVÓS!
















Dia dos Avós – 26 de Julho

Este dia é dedicado aos avós, devido a ser o Dia de Santa Ana e São Joaquim que eram os pais de Nossa Senhora, mãe de Jesus, ou seja eram os avós de Jesus.

Consta que Santa Ana, já era idosa quando engravidou e deu á luz uma menina a quem pôs o nome de Maria, por isso é também a padroeira das mulheres grávidas ou com dificuldades em engravidar que a ela recorrem com suas orações.

Independentemente do aspecto religioso, este dia tem vindo a ganhar grande significado no seio das famílias, e é também nesta data que se comemora o Dia Mundial do Idoso, faixa etária com um peso cada vez mais significativo na nossa sociedade e economia, devido ao acentuado envelhecimento da população.

E se há cada vez mais avós com aspecto jovem devido aos avanços da medicina e da estética, não podemos tapar o sol com a peneira, pois que quem é avó automáticamente é idoso, pese embora o facto do termo “idoso” se aplicar cada vez mais a pessoas acima da década de sessenta ou setenta anos de vida.

Quem me está a ler e está nesta faixa etária deve estar a pensar: - Olha, olha, eu não sou idoso(a)...isso é para os de mais de oitenta ou noventa...

Bem idoso é quem tem idade...idade todos temos, uns mais outros menos é claro! E os que têm mais ás vezes parece que têm menos que os que têm menos do que os que têm mais!!!

Confusos? Bem isso é efeito da idade! Ou da minha...ou da vossa!

Deixemo-nos então de brincadeiras e vamos falar sériamente! Avós não são necessáriamente idosos, bem como os idosos não serão todos avôs! Mas na generalidade os dois conceitos cruzam-se, daí que esta data seja dedicada aos Avós e aos Idosos!
Diz-se que avôs são pais duas vezes, bem como avós são mães duas vezes, ou seja a dobrar, e isso é um facto incontornável, pois quem toma conta dos netos, enquanto os pais estão ausentes para se dedicarem ao trabalho e ás cada vez mais exigentes carreiras profissionais? São os avós é claro, muitas vezes auxilaires indispensáveis de seus filhos na educação, no carinho no apoio não só afectivo como financeiro que prestam aos seus filhos, para criarem os netos.

Netos são pois filhos a dobrar, filhos dos filhos, continuidade da vida e das gerações, são a íntima satisfação do dever cumprido, do legado dos seus genes ás futuras gerações, da sua marca deixada na humanidade, na evolução e na genética.
Mas são principalmente o carinho, a ternura, o afecto, voltar a ter um pequeno ser para dar amor, ensinar e aprender, maravilhar-se a cada dia com a vida e as descobertas sempre novas de velhas maravilhas!

Os netos preferem muitas vezes os avós aos próprios pais, pois são mais condescendentes, deixando aos pais a tarefa de impor regras e dando mais carinho e ajuda aos netos. Quando se é avô já não se sente a necessidade de criar restrições mas sim de curtir a companhia dos netos, e tirar da vida a melhor parte, nas brincadeiras, e experiências compartilhadas.

Então netos que me estão a ler, não se esqueçam de celebrar este dia com muitos carinhos para os avós queridos, com um miminho, um pequeno presente, ou simplesmente um beijinho, um abraço e uma frase afectuosa que pode ser simplesmente: - Avó, ou avô, gosto muito de ti!

Arlete Piedade

sábado, julho 17, 2010

PARDAL AUSENTE

Meu Pardal meu especial confidente
Para onde tu meu grande amigo foste
Tantas lamúrias, tantas más novas deste
E sem mais nem menos desapareceste,
Sabias que até fiquei muito contente
Contigo, meu grande amigo, ausente?
Logo pensei que a harmonia fez-se presente...
Puro engano, vã esperança, ... Os acidentes
Continuam acontecendo e... A humana mente
Engendrando maldades e destruições diariamente
A diferença foi, te digo Pardal, (in)felizmente
Eu me tornar do “País das Maravilhas” residente
Porque te perdi, tu meu grande informante!

João Furtado

quarta-feira, julho 14, 2010

Dia das Bruxas.

1.


O dia amanhecera em Matinal, uma cidade pequena, aconchegante, de hábitos tranqüilos, com várias igrejas de diversas religiões. A harmonia era a tônica da cidade, onde até mesmo na Prefeitura Municipal, era difícil haver atritos políticos, somente havia sido constatada uma briga em plenário, onde dois vereadores divergiam sobre o nome a ser dado há uma determinada rua, cada um queria por o nome da mãe do outro, prestando uma homenagem. O presidente da sessão, para concluir a discórdia, sugeriu que fosse dado o nome mediante a fusão dos dois, e em ordem alfabética, assim a rua passou a ser chamada de Eugênia Maria.
Não haviam bandidos, e a polícia tinha apenas serviços burocráticos, como licenciamento de habilitação de motoristas, era uma cidade calma realmente, onde a paz e harmonia era seguido a risca por todos os seus moradores. Na escola, única do município, o desenvolvimento escolar era mais aprofundado, pois o contato entre professores e alunos era maior, havia concordância entre educadores e educandos. Praticamente era a cidade dos sonhos de todo cidadão, podia-se dizer que havia mágica, pois era quase inacreditável o que se passava.
O time de futebol da cidade, treinava constantemente no campo, dentro das dependências do Clube Esportivo de Matinal, onde contava com alguns aparelhos de musculação, além dos jogadores, os associados faziam uso. Na manhã do dia 28 de outubro, não puderam realizar, quando dirigiam-se para o treino, houve um forte abalo, onde o chão tremeu por quase um minuto, seguiu-se um forte estrondo, ao observarem se todos estavam bem, notaram um buraco bem no centro do campo, foram verificar, simplesmente havia cedido o terreno, fazendo um buraco em torno de quatro metros. Impedidos de jogarem futebol, foram realizar o treino no campo da prefeitura.
O técnico Alfredão, ficou surpreso com o acontecido, logo pensou ser problemas com a retirada em demasia de água, para servir as torneiras da cidade, mas somente os especialistas poderiam comprovar algo. Não tendo o que fazer ali, foi treinar a sua equipe, essa estava participando de um campeonato regional.

2.

No dia 29 de outubro, o dia amanheceu nublado, e em plena primavera, estava com a temperatura que lembrava do inverno, era um dia aparentemente triste. A merenda escolar seria sopa de macarrão com frango e alface, um cardápio apreciado por todos na escola, aliás, era difícil algum aluno não repetir. A escola possuía duzentos e cinqüenta alunos por período, e no momento da merenda, os lavatórios contavam com cinqüenta torneiras. As bandejas com os pratos estavam dispostos em vários pontos para evitar grandes filas.
Os alunos que estudavam no período da manhã, faziam atividades extra curriculares a tarde, onde por volta das quinze horas, João, Alberto e Ana, reuniam-se na casa de Laurinda, para brincar um pouco de vídeo game, ficava um quarteirão da escola, e lá passavam quase uma hora se divertindo. Os jogos de luta eram os preferidos, onde disputavam quem conseguia fazer o maior número de pontos, e Ana quase sempre era a campeã.
Por volta das quatro horas, começaram a sentir dor de barriga, o único banheiro na casa foi pouco, pois não paravam mais de usa-lo, era pura disenteria. Além desse sintoma, começava a dar sinais de febre alta, a mãe de Laurinda não teve outra alternativa, senão leva-los ao posto de saúde. Ao entrar no estabelecimento de saúde, não eram os únicos, mais de setenta crianças estavam ali, com os mesmo sintomas, era uma epidemia.
Ao questionar o que tinha acontecido, o que era comum: a merenda escolar. O médico chefe, Dr. Ricardo, não pensou duas vezes, e pediu uma análise na comida da escola. Estava decretado estado de calamidade pública, pois o posto não tinha como atender tantos de uma vez só.
Já passavam das vinte horas, e agora eram as crianças do período vespertino que estavam chegando, e todas com os mesmos sintomas. Por volta das vinte e uma horas, a análise da merenda chegara, foi constatado um alto nível de bactérias, restava agora abrir uma sindicância para apurar os procedimentos de
condução da merenda.

3.

Uma noite difícil, mas enfim o dia 30 de outubro chegara, mas o tempo continuava nublado, e o buraco no campo exalava um odor de enxofre, aos pouco ia contaminando a cidade pelo cheiro forte, chegava até dar ânsia, já estavam assustados com o que estava acontecendo, não era algo normal. Além das aulas terem sido suspensas devido a merenda, agora o problema era o odor exalado.
Já passava do meio-dia, e parecia estar de noite, estava escuro. Os telefones não funcionavam mais, os pneus dos carros estavam murchos, e não conseguia mais saber onde começava ou terminava a cidade, não era possível mais sair da mesma.
Para acalmar a população, assustada, o prefeito pediu aos padres e pastores orações para superarem um momento de crise, e sem explicação. A população estava quase toda reunida, com seus quase três mil habitantes, na praça central, esperando por explicação, ou quem sabe, a salvação.

4.

Passados alguns segundos da meia-noite, já no dia 31 de outubro, surge um clarão, invertendo a noite pelo dia, o cheiro de enxofre fica mais forte, e um ser alado aparece, acima de todos que estavam na praça. Aos poucos foi descendo no meio da multidão, alguns enxergavam um homem, outros uma mulher, ainda tinha aqueles que enxergavam sendo uma criança. Não havia rosto definido, até a forma não parecia ser tão definida.
Passeia no meio da multidão, aponta um cidadão, e esse cai, aponta para o outro, acontece a mesma coisa, e por catorze vezes seguida. Mas o décimo quinto não cai, e faz afastar o ser alado, desaparecendo. A pessoa que havia conseguido afastar era Rosa. Ao verificarem as pessoas que caíram, constataram estarem mortas, mas uma havia escapado.
Novamente aparece o ser alado, começa a apontar para as pessoas, essas caem mortas novamente. Rosa resolve ficar a frente do ser alado, e novamente esse some. Não foi preciso muito tempo para entender que tinha uma arma para se defender, e talvez a única forma. Essa pessoa era uma prostituta, onde atendia vários clientes, inclusive de cidades vizinhas. No momento estava grávida. As perguntas eram muitas, mas era impossível achar alguma resposta, com um episódio em andamento.
Novamente o ser alado aparece, mas dessa vez comunica-se mentalmente com cada pessoa:
_Sou Taelone, devastador. Aquele que ameaçar meu filho, será castigado! Voltarei daqui um ano, para passar o meu reino ao meu herdeiro! Que ninguém ouse a toca-lo.
Pronunciou essas palavras e logo desapareceu.

quinta-feira, julho 08, 2010

MENINO DE RUA

Vai o menino tímido no meio da multidão
Ele já esqueceu que se chama Juvêncio
E caminha ele na rua no eterno silêncio
Vai trémulo e tímido e apertado o coração!

A mãe morreu ontem e o pai nunca teve
Vai pelo mundo sozinho andar sem amparo
Quase nu vai vestido e no rosto pouco preparo
Que da sociedade nenhuma misericórdia obteve!

Quando a fome sentir o menino Juvêncio
Irá ao lixo das esquinas tirar a refeição
Todos passam por ele, ninguém tem a reflexão
De ler nos seus olhos a fome no seu silêncio!

Quando anoitecer e sem Sol tudo ficar escuro
O menino cairá cansado numa qualquer esquina
É mais um que ao “menino-de-rua” a sorte lhe destina
E a sociedade continua no silêncio com coração duro!

quarta-feira, julho 07, 2010

POEMA "TERAPIA"

















Terapia

Deste coração dolorido e tristonho
Vou expulsar um amor do passado
Para limpar de mágoas e fantasmas
Esta alma que agora te quer tanto
E que hoje só a ti deseja para amar

O passado está enterrado há muito
Numa terra longínqua para lá do mar
Num cemiterio desconhecido ao sol
Repousam os seus restos mortais
O sonho há muito que já terminou

Mas a vida tem que continuar
Enquanto o coração ainda bater
E o meu sangue nas veias circular
Enquanto o sol pela manha, nascer
Eu ainda vou ter alguém para amar

És tu o amor maduro no ocaso da vida
És tu que me amparaste na queda
És tu que me fizeste sentir querida
És tu que me fizeste sentir amada
És tu que quero a meu lado ate ao fim
És tu que ele queria saber junto a mim

És tu que mesmo sem querer, amo,
és tu que quero continuar a amar
és tu que quero ter a meu lado
para até ao fim contigo partilhar
o amor e a ternura que guardo
para ainda um dia te poder dar!

Arlete Piedade