segunda-feira, dezembro 31, 2012

FELIZ ANO NOVO 2013


















Feliz Ano Novo 2013

Mais uma volta realizada, á volta do Sol
Que a nossa Terra em breve, completa!
Ano, medida de tempo, mais um no rol
dentro de breves dias, cortará a meta!

Tempo, esse devorador de curtas vidas
medido pelos movimentos dos astros
pensamos que controlamos as medidas
umas voltas da terra e estamos de rastos!

Mas resolvemos mais uma volta festejar
Desde a Austrália estalam foguetes no ar
o fogo de artíficio, espalha-se pelo céu...

Então só me resta, meus votos associar
Um Feliz Novo Ano o 2013, comemorar
Contados desde que Jesus Cristo nasceu!

Arlete Piedade Louro

Dueto de Natal de Arlete Piedade e Sérgio António Meneghetti

Natal em Portugal

Natal da crise e da pobreza, acintosa
Nesta nação, hoje triste e deprimida
onde está agora a nobreza, generosa
no coração humano, tão escondida...

em meio á lei da selva, que é corrente
entre os políticos indiferentes e o povo
assaltam e assassinam a pobre gente
roubam e vandalizam! - Nada de novo!

Se Jesus voltasse cá, como prometeu
marcaria uma reunião de volta ao Céu
para analisar como tudo aconteceu...

ao ver este país belo, tão mal tratado
era verde e azul, agora acastanhado
heróis do mar, onde está o orgulho teu?

Arlete Piedade

Boa Noite Arlete!

Tenho observado muita amargura nas palavras dos poetas.
O poeta tem a obrigação de transmitir a "Arte", e a "Arte" é sinônimo de belo, agradável, felicidade, positivismo, etc.

A dor e as dificuldades são provas para testar e fortalecer o ser humano, os castigos são criações nossas, é o resultado do que plantamos ao longo dos séculos.

Como é mês do Natal, também em Portugal, imagine o Aniversariante a sua frente dizendo estas palavras:

Caminha

Um dia eu li na tábua da minha vida:
Caminha, caminha, caminha

Se tropeçares, levanta-te e caminha.
Se perder o rumo, olhe para o alto e caminha.
Se não tiver esperança, feche os olhos tenha fé e caminha.
Se vierem ao teu encontro para reter teus passos, ore com amor, que vou retê-lo em meus braços e te direi: caminha.

Estou contigo em todos os teus passos, te livro dos embaraços, acolho-te no meu regaço, seco suas lágrimas, mostro teu endereço de redenção e apenas vos peço: caminha.

Tens o dom da palavra, do entendimento.
Tens os braços que modificam o mundo
Tens a mente que plasma o futuro
Tens a vontade e a disposição

Mais uma vez, apenas vos peço: caminha.

É tua estrada bendita
É tua evolução
É a felicidade que vos aguarda
É o caminho da tua perfeição

Não pare no descaso e na ignorância
Olhe para mim, Eu te espero.
Utilize suas pernas da vontade e o teu coração
Não pare, caminha.

Sergio Antonio Meneghetti 09/06/2005

Forte abraço e vamos fazer um mundo melhor.
Sergio - Brasil

Arlete Piedade Muito obrigada carissimo amigo. Tem carradas de razão é claro! Vou escrever algo assim bem positivo e carregado de esperança e boas energias, para partilhar com todos e com vc Sergio Antonio Meneghetti! Grande abraço.

Sergio Antonio Meneghetti Arlete! provoque o publico do site a escreverem o mais positivo e belo que puderem, assim estará gerando uma onda do bem para Portugal e outros. É uma forma de fazer o mundo mais feliz.

Boa noite Arlete!
Perdoe-me se estou invadindo o seu espaço e dizendo o que você deve fazer.
Vou contar um caso:
No dia 24/07/2003 fui ofendido, jogaram a minha dignidade no chão, eram dias difíceis para mim.
No dia seguinte, muito magoado e revoltado, falei pra mim mesmo:
- Vou escrever algo bem duro e colocar as minhas mágoas no papel!
Porem, veio bem forte na minha mente o seguinte, como se alg...uém estivesse falando:
- você não vai escrever nada de ruim, você vai escrever uma coisa boa!
Em seguida nasceu o seguinte poema:

Felicidade

Porta aberta da vida
Conhecimento e razão
Que corta e revida
Contra tristeza e solidão.

É a procura incessante
Que mesmo ilusória ou sofrida
Ela vem por um instante
E também por toda vida.

Felicidade é o momento vivido
É a descrença no inferno
É o amor diluído
É à procura do Eterno.

Sergio Antonio Meneghetti 25/07/2003

O resultado foi calma de espírito, paz no coração, e entendi que este dom da escrita era pra trazer o bem e não a dor (a dor já se faz presente, não necessitamos realçá-la).

A tempestade é dura, mas ela limpa tudo o que é ruim.
Deus nos ilumine nesta Nova Era.
seu Amigo e Amigo de Portugal.
Sergio

Arlete Piedade Sabe meu amigo, o que vc escreveu antes tem andado no meu espírito e agora liguei o computador, para vir publicar este poema que escrevi esta manhã.
Arlete Piedade

Feliz Natal

Vamos todos neste Natal
com coragem e otimismo
levantar nossso Portugal
lá do fundo do abismo!

Com o exemplo de Jesus
vamos todos dar as mãos
enfrentar a nossa Cruz
ajudando nossos irmãos!

Para no Natal passarmos
uma imagem positiva
e não mais, só falarmos
da tristeza que há na vida!

Mesmo que ela nos habite
Vamos desabafar com Deus
e um sorriso no rosto fique
para alegrar os filhos seus!

Esqueçam as tristezas, coloquem um sorriso no rosto e peçam
ao Menino Jesus, muita coragem para caminharmos todos juntos
em frente! Por Portugal e pelo Mundo!

Feliz Natal e Próspero Ano 2013
Arlete Piedade

Nota: Troca de poemas e mensagens no meu Mural do Facebook, aqui transcritos no Blog para ficar mais visivel e inspirar a todos!

quinta-feira, dezembro 13, 2012

MORNA, A ALMA DESTE POVO CRIOULO


MORNA, A ALMA DESTE POVO CRIOULO

M            Meus parabéns a Morna
O             Obra Ancestral da Terra
R             Ritmo cadenciado na saudade
N             Nobremente é Património Nacional
A             A Alma deste povo crioulo!



COM RIMA

MORNA, A ALMA DESTE POVO CRIOULO

M            Meus parabéns a jovem menina Morna
O             Obra Ancestral de Cabo Verde Musical
R             Ritmo cadenciado na enorme saudade
N             Nobremente é Património Nacional
A             A Alma do povo crioulo maior se torna....

João Furtado
Praia 14 de Dezembro de 2012
http://joaopcfurtado.blogspot.com

segunda-feira, dezembro 10, 2012

REGRAS DE JOGO

REGRAS DE JOGO

No deserto a pregar
Teve um pobre João
Este aqui sem coração
Nem sabe como amar
Muito menos fazer de Santo
E de troco o silencioso lamento…

Para melhor estar
Nesta vida de contraste
Quero ter de dizer-te com arte
Que vou-me então calar
E para as regras do jogo
Responder-te-ei apenas... Digo!

João Furtado
Praia, 10 de Dezembro de 2012
http://joaopcfurtado.blogspot.com/

quarta-feira, dezembro 05, 2012

UM CONTO DE NATAL




É habitual nesta quadra natalícia, os escritores e poetas, darem o seu contributo para o espírito da época, escrevendo contos e poemas de Natal, que geralmente têm um final feliz, em que os pobres ficam menos pobres, os doentes mais saudáveis, os misantropos mais abnegados e por aí fora...tudo com um cheirinho de milagre.
Mas nestes tempos em que vivemos, tanto num contexto espiritual em que se fala no fim do mundo - ou pelo menos de um determinado mundo caduco - como num contexto global em que países que há algumas décadas eram considerados atrasados, estão a dar cartas no jogo das influências universais especialmente a nível económico, assim como no contexto europeu em que a Alemanha ganha protagonismo como lider de um grupo de países que há séculos convivem num mesmo espaço, guerreando entre si, mas condenados a entenderem-se, e por último, no contexto do nosso país mergulhado na crise que sendo sua, é da Europa e do mundo - já não falando dos que estão virados para o conceito lusófano e para os países que sendo uma espécie de filhos ou pelo menos enteados, agora poderiam acudir ao velho pai - digo nestes tempos que alguns outros consideram pré-apocalipticos, ainda será lícito esperar ou pelo menos acreditar que há milagres que nos possam salvar?
Quando eu era uma jovem estudante, melhor uma pré-adolescente a iniciar os estudos, tive direito a estudar física - e digo direito, pois o meu filho mais novo conseguiu concluir o 12º ano de escolaridade com direito a um curso profissional de informática, incluido, sem nunca ter estudado as mais elementares leis da física - e recordo-me muito bem, da lei dos vasos comunicantes, e da figura que a ilustrava no nosso livro de física, e até de algumas experiências que faziamos no laboratório de física. Eu gostava muito dessas aulas, talvez por isso não tenha esquecido e agora ache certas semelhanças entre o desenvolvimento económico e social dos países do oriente e do ocidente, e das condições de trabalho e de vida em que os povos desses países viviam há décadas e das mudanças em curso atualmente. Mas também não posso deixar de englobar nesses blocos, os países do hemisfério sul, nomeadamente África e América do Sul que também estão a recuperar dos atrasos económicos e sociais em que têm vivido mergulhados.
Se os países ocidentais considerados mais desenvolvidos, sendo os principais blocos, a Europa e a América do Norte, têm usufruido de melhores condições de vida, e melhores condições de trabalho, delapidando recursos que são de todos os povos do mundo e provocando a deterioração do clima e do ambiente, e representanto essa parte do mundo 20% da população mundial que consome 80% dos recursos mundiais em alimentos e energia, não haverá aqui um sistema de vasos comunicantes que tende a igualar-se?
Não será então lícito esperar-se que os povos mais prejudicados nesta divisão mundial de recursos, reclamem a sua parte por igual e assim os níveis tenham a tendência para se igualar dentro dos vasos?
Por mim penso que sim e mais, será imparável pois estamos a falar de vasos comunicantes ao nível do globo terrestre e não em experiências de laboratório.
Mas nem todos os líquidos são miscíveis, assim como as pessoas não podem ser tratadas todas da mesma maneira, pois não são números ou estatísticas, são seres humanos e a vida seja humana ou animal ou vegetal, tem que ser valorizada e respeitada, pois sem ela, o nosso planeta entrará numa era de máquinas e robots descrito em alguns livros de fição científica.
Se queremos um mundo humanizado, sustentável, de ambiente limpo e manhãs luminosas, tem que haver sempre oposição á lei cega que determina a junção dos líquidos em níveis iguais, pois a física é importante mas a humanidade é mais ainda.
Então embora conscientes que o futuro não se pode contrariar, temos que saber dirigir o rio da História, para evitar as inundações que podem arrastar povos cegamente no seu caminho desordenado e deixar ao nossos filhos - esta geração que enfrenta as ondas das mudanças de rumo das correntes - um mundo mais igualitário e mais justo em que uns têm que recuar um pouco, para que outros possam avançar e ocupar o lugar que lhes pertence por justiça fraterna.
Voltando ao título deste texto, qual será o milagre a esperar este Natal? Talvez recuperar e reocupar tantas casas vazias por esse Portugal, talvez voltar a recordar como se cultivam os campos abandonados, talvez sair para o mar e voltar a pescar os peixes que outros povos vêm pescar no mar das nossas costas, mas mais que isso, pedir ao Menino Jesus para nos trazer líderes capazes de governar o nosso país, sem se vergar ás exigências alheias, sabendo negociar com os outros povos as melhores condições para Portugal se reerguer, plantando os seus solos, pescando nos seus mares, produzindo os seus artigos nas suas fábricas, sem depender de povos estrangeiros para viver com dignidade neste cantinho á beira mar plantado.

Arlete Piedade



terça-feira, dezembro 04, 2012

O MERCADO DA PRAIA


O MERCADO DA PRAIA

O Mercado da Praia
É mais que um mercado
Tem bebé deitado
No berço que é pedra fria
Num reparador sono dormindo
Enquanto a mãe continua vendendo
Para o sorriso e a alegria
Dos irmãos ainda crianças
Cheios de imaginações e crenças
Brincam atropelando fregueses e revendedeiras…
Revendedeiras que se transformam
De tantos juntas viverem
Numa enorme família
Com seus amores e seus ciúmes….

João Furtado
Praia, 05 de Dezembro de 2012
http://joaopcfurtado.blogspot.com

quinta-feira, novembro 29, 2012

DE ARLETE PARA MIM E O MEU PARA A ARLETE

DE ARLETE PARA MIM E O MEU PARA A ARLETE


A minha amiga Arlete
Resolveu fazer-me um poema
Hoje escolheu PARABENS como tema
E eu gostei e fiquei muito ciente:

Parabéns João Furtado

P arabens neste dia te venho dar
A migo, irmão, parceiro de letras
R aras as amizades verdadeiras
A rlete Piedade e João Furtado
B ons sócios e amigos fraternos
E s o irmão que me faltou na vida
N ascido em linda terra distante
S incero e puro coração diamante!

J amais pensei encontrar um irmão
O mais diferente possivel de mim
A mbiente e cultura da lusofonia
O amigo leal que me dá alegria

F uturo nosso, sempre juntos
U nidos em torno da literatura
R adiante com a nossa parceria
T raduzida em obras de magia
A migo, que tenhas neste dia
D oses imensas de muita alegria
O s amigos e familia a teu lado!

Arlete Piedade



E eu, pobre de mim
Respondi aquele belo poema
Com este pequeno poema
Em acróstico também é assim...



ARLETE PIEDADE

A  A alegria vem em pequenos gestos…
R  Radiante fiquei com o teu acróstico
Lindo e bem formatado, amiga
E  E muito agradeço, sinceramente
T  Tanta gentileza da tua parte
E  Escreveste com coração e li com emoção!

P  Palavras me faltam para dizer
I   Imagina só, uma única palavra
E  Eu… Senti os meus olhos molhados
D  Dizer apenas obrigado com que palavra?
A  Amiga, tu és uma irmã, tu sabes
D  Divertimos e escrevemos juntos
E  E do esforço… Resultou esta Amizade, obrigado!



Praia, 29 de Novembro de 2012

João Furtado

http://Joaopcfurtado.blogspot.com

segunda-feira, novembro 19, 2012

QUANDO O RELÓGIO PARAVA

QUANDO O RELÓGIO PARAVA

S  Sinto-me nostálgico e a recordação
A  Aparece para tomar conta do meu coração
N  Não sei porque, mas tudo é forte razão
T  Tanto para viajar no passado imaginado…
O  O relógio da torre… Devia ser uma igreja…


A  A hora era pontualmente anunciada e animava a cidade
N No meio… Apenas um toque, um sonoro e belo
T Toque… Era tal… E meia… Era o ritmo pachorrento da cidade…
O O silêncio, naquele dia o relógio não tocou
N Ninguém esperava tal acontecimento
I Infinitamente acostumados desde sempre
O O relógio do pulso dos afortunados era mera decoração…
 

D Duvido que alguém soubesse o que aconteceu
O O relógio talvez precisasse apenas da corda…


P Parada, a cidade de Santo António do Príncipe 
R Restava silenciosa e triste e eu, parado e fixo
I Insistia a ver os ponteiros, o menor no 2 e o maior no 4
N Não entendia que era a prova do crime
C Certamente ele estagnou as duas e vinte
I Indicadas pelos imóveis ponteiros…
P Por algumas horas a cidade parecia morta
E Enfim… Por fim… O Frank, o maluco e deu a vida ao relógio… 



João Furtado

Praia, 19 de Novembro de 2012

http://joaopcfurtado.blogspot.com

quinta-feira, novembro 15, 2012

PRÍNCIPE, MINHA ILHA, MINHA INFÂNCIA


PRÍNCIPE, MINHA ILHA, MINHA INFÂNCIA

P  Procuro palavras, mas falta letra as formar
R  Recorro a longínqua e perdida memoria
I  Infância minha...Outros tempos… lindos tempos
N  Nada de importância diria… Mas saudosa
C  Cidade pequena, população amena
I  Isabel, senhor Pedro Sapateiro, Nha Fidja…Com os pasteis…
P Padaria da Nova Cuba, onde quase nu
E E descalço ia vezes sem conta comprar pão…

M  Marginal molhada da água salgada transbordando do mar
I   Imensa recordação do ambienta quase familiar
N  -Não é o filho do João Branco…, Todos conheciam todos
H   Hoje longe estou… Será que tudo continua na mesma?
A   A pequena cidade entre dois riachos… S. António do Príncipe!

I    Ir e voltar das aulas na escola improvisada da antiga igreja
L   Longe da era do computador ou televisão ou consolas
H  Horas e horas pachorrentamente a brincar na praça principal
A  A corrida e o esconde, esconde… A cabra cega… Esperando a hora do recolher… 

João Furtado
Praia, 16 de Novembro de 2012
http://joaopcfurtado.blogspot.com   


segunda-feira, setembro 24, 2012

VISITA Á CIDADE VELHA DA RIBEIRA GRANDE DE SANTIAGO


Na foto a Rua Banana, preservada como era há quinhentos anos atrás, com as suas paredes de pedra e coberturas de colmo, com a rua calcetada. Hoje, as suas casas servem para alugar aos turistas.


A Cidade Velha, cujo primeiro nome foi Ribeira Grande, pelo local onde foi construida, é a mais antiga cidade construida pelos europeus, no caso os portugueses em África e foi classificada como Património Mundial da Humanidade pela UNESCO em 26 de Junho de 2009.
No dia 6 de Agosto, fui visitá-la com o João Furtado, a convite e na companhia do Prof. Dr. Daniel Medina, professor universitário, linguista, conferencista, cronista e jornalista, que emprestou a sua ilustre presença ao lançamento do nosso livro Olhares de Saudade, que fez o favor de apresentar e escrever o prólogo e que nos serviu de cicerone nesta visita guiada. Acompanhavam-nos também duas das suas alunas.
A cidade dista cerca de 15 quilómetros da Praia, por estradas de montanha tortuosas e empedradas, vestígios da presença dos portugueses, ainda mais difíceis de transitar, porque em certos trechos está só metade da via utilizável, devido a obras de construção de um resort turístico. Mas antes de chegarmos á cidade, fomos visitar o Hotel Por do Sol, construido mesmo em cima da falésia frente ao mar, com uma vista deslumbrante, e de onde se pode assistir ao por do sol, pintado com as mil cores da mãe natureza.
Continuámos para a cidade e ao aproximarmo-nos chamou-nos logo á atenção na montanha á direita, o imponente Forte de São Filipe, construido no alto da Achada de São Filipe, 120 metros acima do nível do mar. Quando a cidade foi construída, pensou-se que devido ao seu isolamento estaria naturalmente defendida. Mas com a perda da independência portuguesa devido á morte do Rei D. Sebastião na Batalha de Alcácer Quibir em Ceuta, os piratas sentiram-se com coragem de atacar a cidade. Assim aconteceu em 1578 e 1585 em que o pirata inglês Francis Drake tomou de assalto a cidade. Foi então decidido construir um conjunto de fortes defensivos pelo rei D. Filipe I de Portugal (II de Espanha), no conjunto de sete, dos quais o maior e mais importante era o que ainda se mantêm. No entanto em 1712, a cidade foi de novo saqueada e incendiada, por corsários franceses comandados pelo pirata francês Jacques Cassard, tendo sido arrasado o forte. Na segunda metade do século XVIII foi reconstruido e nos nossos dias foram feitas obras de conservação e restauro em 1968 e 1970 e mais recentemente em 1999. O Ministério da Cultura de Cabo Verde sob coordenação do arquitecto português Siza Vieira e com recursos e cooperação da Agencia Espanhola de Cooperação Internacional, preparou assim o forte para a candidatura a Património Mundial, da cidade.
Descendo até ás ruas tortuosas e empedradas com pedra preta da costa, a mesma de que a maioria das casas e muros, são construidas, demos uma volta pelas ruas estreiras, mas antes parámos para cumprimentar uma senhora idosa, D. Rosalinda Barreto, que é assim como uma enciclopédia viva que na sua memória tem toda a história da cidade. Contou-nos que a sua família tem em sua posse, documentos antigos que lhe permitem conhecer muita da história antiga. Oferecemos-lhe o nosso livro, para estar lado a lado, com as memórias do passado.
Passámos em seguida na Rua Banana, a rua mais antiga da cidade, com as suas casas de pedra e coberturas de colmo, que não se podem alterar devido ao facto de a cidade ser património mundial, e são alugadas aos turistas que querem passar uns dias naqueles locais carregados de história.
Mas a cidade tem outros monumentos, alguns conservados, outros arruinados, como a Sé Catedral que já só restam ruínas. Tem também a Igreja de Nossa Senhora do Rosário.
Estacionado o potente jipe na praça, junto ao pelourinho que foi erguido em 1520 e servia para amarrar os escravos para serem castigados, bem como os criminosos, fomos então em direção ao local de eleição do professor, e ponto de chegada do delicioso passeio.
Era um pequeno restaurante ou café, com uma esplanada, virado para o mar mesmo ali em frente e onde se degustariam moreias fritas, que na verdade estavam deliciosas de tão macias e fresquinhas.
Enquanto esperávamos pelas aclamadas moreias,e a noite ia caindo, sem iluminação a não ser a noite, fui ouvindo as histórias que eram contadas, da chegada dos portugueses e do seu desembarque naquele local, bem como dos ataques dos piratas enquanto o cheiro forte da maresia me acariciava o nariz e a pele, e não pude deixar de escutar misturado ao rebentar das ondas, o atroar de vozes de antanho, em brados de dor e de exultação pelas derrotas e conquistas.

Arlete Piedade

CHORO POR TI, PORTUGAL !

Choro por ti meu país nascido á beira mar
Choro por teus velhos oprimidos e angustiados
choro por tuas crianças sem futuro e sem esperança
choro por tuas mães e seus filhos sem juventude
choro por teus pais sem saber como educar seus filhos
choro por teus jovens que têm de partir de novo
choro por teus campos ressequidos e cheios de ervas
choro por tuas florestas queimadas e destruidas
choro por teus bombeiros heróis mortos...
choro...choro...todos os dias choro...
choro por teus governantes á deriva
choro por teu passado de lutas gloriosas
choro por teus navegantes do passado
choro por teus heróis que abriram caminhos
choro por teu povo de trabalhadores no estrangeiro
choro...choro...meus país amado...
ao ver teu povo amargurado,
ao ver teu solo abandonado
ao ver teu mar por outros explorado
teu mar que já foi teu chão...
que já te deu novos povos...
novos caminhos, novas terras...
riquezas e irmãos...
Até quando vamos chorar meu povo?
Chegou a hora de limpar o rosto...
erguer os olhos, cerrar os punhos...
soltar a voz, lançar o brado...
e encontrar novos caminhos!

Arlete Piedade

Conto " O Caminho"





Cansada de procurar o caminho de acesso ao coração da cidadela, onde se situaria a casa secreta do governador da praça forte, a mulher encostou-se por momentos ás pedras que compunham o alto muro que rodeava a cidade sitiada por um inimigo que não arredava pé. Não se compreendia a razão daquela presença teimosa, a não ser pela própria teimosia em si, pois a cidade e o seu governador aparentemente não possuiam riquezas que justificassem tal assédio cerrado.
A própria mulher que se encostava de olhos fechados ás velhas pedras gastas pelo tempo, já não se lembrava ao certo da razão porque procurava a casa do governador. Só sabia que tinha que o encontrar, para o avisar de um perigo iminente, estranho e antigo. Ele tinha que saber quem estava por trás daquele cerco absurdo á pequena cidade dentro do castelo, erguido no alto da mais inacessível penedia do cume mais inexpugnável da montanha das Três Estrelas.
Já não se recordava há quantos anos vagueava pelas velhas ruelas estreitas, dormindo nas caves escuras de casas há muito apenas habitadas por espectros ululantes, bebendo água das poças de chuva ou lambendo o orvalho das velhas pedras, quando não chovia. Ás vezes comia uma fruta das árvores das velhas praças abandonadas, ou arrancava uma raiz nos jardins outrora belos e cheirosos que ainda mantinham algumas plantas selvagens onde ás vezes irrompiam flores vermelhas. E quando acordava, continuava sempre á procura. A casa do governador? - Perguntava aos raros transeuntes e até aos cães vadios que a olhavam abanando o rabo pelado e magro.
Mas naquele dia um acontecimento estranho abalou a rotina da cidade sitiada. Ela sentiu o tremor no seu corpo encostado ao muro. As velhas pedras tremiam, primeiro com um ligeiro tremor, em seguida com mais fragor, e um ruído estranho tomou conta do ar. Não sabia dizer se era um rumor subterrâneo, ou se vinha pelo ar, mas aumentava e aproximava-se rápidamente. A mulher em pânico, desatou a correr pela ruela deserta perseguida pelo ruído...Uhmmm....uhnmmm....uhmmmmm....
Então sem noção do que fazia, para se distanciar do ruído, entrou por uma grande brecha aberta na muralha e que parecia seguir por uma passagem calcetada com pedras bem talhadas. Não devia ser uma brecha aberta por aquele estranho rumor que serpenteava no interior da montanha. Na verdade parecia um corredor aberto pela mão de velhos mestres pedreiros e calceteiros, que se internava cada vez mais no coração da montanha escura, deixando o tremor de terra para trás. Sim ela já pensava que devia ser um tremor de terra. Uma vez o seu velho pai há muito desaparecido do mundo dos vivos, tinha passado por um acontecimento semelhante, lembrava-se difusamente de ele lhe contar uma noite da sua infância junto á lareira.
Agora muito ao longe no fim do longo corredor escuro, notava-se uma leve claridade, ou talvez uma escuridão menos densa. Um sopro de ar frio tocou-lhe o rosto com dedos gelados. No chão sentiu que um fio de água rumorejava num pequeno rego junto á parede. Parou e baixou-se para beber. Com a mão sentiu a água gelada nos dedos e levou-os molhados aos lábios e á língua que humedeceu. Não sabia se a água era potável, por isso não se atreveu a beber mais. Parou por momentos, mas logo prosseguiu desejosa de chegar ao fim daquele caminho no interior da montanha. Seria possível que fosse ter enfim á casa do governador e que o pudesse avisar daquele terrível perigo que sobre ele pendia?
A mulher continuou o seu caminho mais revigorada pela água e o ar fresco e pela leve claridade que aumentava a cada passo nas velhas pedras gastas pelo tempo inexorável. Continuou e continuou e a cada passada ia ficando com a certeza que um ruído diferente do tremor de terra, se ia escutando, primeiro quase imperceptível, em seguida um rumorejar ou um restolhar que parecia vir de todos os lados, ora do chão, ora do ar. Parou para se orientar e com as mãos tateou o ar á sua volta, como para apalpar aquele estranho ruido. Era quase com se as pedras respirassem e arfassem como um organismo vivo que tenta sobreviver aos estertores da morte. Um arrepio percorreu-lhe o corpo magro, mas não era de frio. Era medo, terror ancestral de um velho mal que habitava naqueles corredores cheios do mofo do tempo parado.
Tateando as velhas paredes, avançou aos tropeções, os pés enrolando-se nos farrapos que restavam das saias compridas e escuras. O respirar das pedras era bastante audível agora e chegava-lhe aos ouvidos como um anhn...anhn...abafado. De repente os pês sentiram faltar o chão á sua frente e parou repentinamente, mas estava tão fraca e trôpega que se abateu no chão como um farrapo velho sacudido por uma corrente de ar forte. Ia para rastejar, mas as mãos só encontravam o vazio á sua frente. Descansou a velha fronte exausta em cima das mãos cruzadas na pedra, para se proteger da frialdade do chão e ficou assim de olhos fechados.
E assim a encontrou o batedor do governador, que á frente do grupo maltrapilho que em tempos fora um séquito formado pelos nobres, clero e oficiais do exército da cidade, transportava uma tocha prestes a apagar-se com que tentava iluminar o caminho para escaparem para o interior da alcaçova fugindo do inimigo que tinha conseguido entrar na cidade, através de uma brecha na muralha aberta pelo tremor de terra.
Tropeçou no velho corpo estendido e quase frio, mas sentiu um movimento a seus pés e baixando a tocha viu que era um corpo humano, talvez de uma mulher que ainda respirava quase inaudivelmente.
Hesitando entre socorrer aquele pobre vulto, ou proteger aqueles que confiavam em si para encontrar um caminho seguro, deteve-se por momentos. A mulher sentindo que outro ser humano estava ali e podia ser uma fonte para o seu problema, soergueu a cabeça desgrenhada a custo e articulou uma palavra com sentido interrogativo. Baixando-se para tentar entender o que dizia a mulher, e de alguma maneira sentindo que tinha a atenção de alguém, o pobre ser voltou a articular e desta vez foi entendida: O go ver na dor??
Admirado e espantado pela pergunta e pela forma como foi articulada a palavra, o batedor respondeu: - Vem aí atrás com o seu séquito.
Dentes podres numa boca ressequida mostraram-se por momentos, no que devia tentar ser um sorriso, mas resultou num esgar horrível. A mulher tentou levantar-se segurando-se ás botas do batedor. Ele sem pensar porque o fazia, ajudou-a, estendendo uma mão, onde ela se agarrou sofregamente. A mulher ficou encostada á parede cambaleante, ainda agarrada á mão do batedor. O séquito aproximava-se, com o governador no meio do grupo que o cercava tentando protegê-lo de algum inimigo talvez só imaginário.
Então deu com os olhos no vulto encostado á parede e que se confundia com as velhas pedras e perguntou ao batedor: Quem é e que quer de nós essa ruína humana?
Não sei senhor, mas ela estava moribunda estendida no chão e só perguntou pelo governador. Então ajudei-a a levantar-se e aqui ficou á espera da sua passagem. - Respondeu o batedor perplexo.
Que queres de mim, velha mulher? - Interpelou-a agora diretamente o governador da cidadela arruinada.
Não sabes quem sou? Já não reconheces a tua velha mãe que prometeste ao teu pai no seu leito de morte, nunca abandonar? - Respondeu a velha soletrando as palavras a custo.
Dá-lhe um pouco de água! - Ordenou o governador ao batedor que continuava a suster o corpo da mulher de se abater no chão de novo.
O Batedor chegou á boca da pobre moribunda, o seu cantil e tentou dar-lhe de beber. Ela apenas sorveu um gole e rejeitou beber mais, afastando o cantil.
O governador olhava-a sem saber o que pensar. Não parecia a sua mãe, que há muito tempo lhe tinham dito que tinha morrido num dos primeiros ataques do inimigo, colocando-se no caminho de uma seta que lhe era destinada, para o proteger. Mas julgava-te já morta, pois assim me disseram. - Respondeu á velha em tom sumido.
Não morri da seta. Uma jovem mulher levou-me para a sua casa e cuidou de mim. Mas o inimigo continua atrás de ti, para te matar.- Respondeu a mãe do governador ao filho.
É só para me matarem que cercaram a cidade? - Resumiu o governador.
Sim, porque tu és o filho de Abdul o mouro e de Nazaré a cristã. Ele traiu o seu povo para casar comigo e tu és a prova viva da traição. - Respondeu a velha Nazaré em voz quase inaudível.
- Mas o inimigo conseguiu entrar na cidadela. Vem a perseguir-nos, aí atrás! Respondeu Afonso, o governador.
Continua em frente meu filho. Quando chegares á alcaçova, atrás da chaminé há a entrada para um tunel secreto que te levará e ao teu séquito, ao vale. De lá poderão conseguir ajuda na cidade de Nazaré. Diz ao governador que és o meu filho! Deixa-me aqui só com uma tocha que os irei deter.
Afonso hesitou, entre o seu dever de filho que queria ajudar a mulher que o tinha dado ao mundo, e o seu dever de governador da cidade de Três Estrelas que queria salvar a cidade e os seus habitantes que restavam. Tomou a terrível decisão e ordenou ao batedor: - Dá-lhe uma tocha e o teu cantil e continuemos em frente!
Assim foi feito. Com um último olhar, Afonso aceitou o ultimo sacrifício de sua mãe que ficou encostada á parede segurando a tocha, com o cantil a seus pés. Continuaram o seu caminho e a alcaçova já estava á vista, quando lhe chegou o estrondo abafado de uma explosão lá atrás no caminho. Ondas de fumo e calor os alcançaram mas sem grande força já. Correndo entraram na velha casa dos anteriores governadores e dirigiram-se para a chaminé. Afonso localizou a entrada do caminho secreto, afastando a pedra que cobria a entrada e entraram em fila, voltando a colocar a pedra que servia de porta no lugar. Era estreito e descia sempre com toscos e gastos degraus escavados na pedra da montanha. Ao fim de um tempo que parecia não ter fim, viram ao longe um ponto de luz que foi aumentando até se transformar numa saída que desembocava na encosta acima da margem do rio. Exaustos mas aliviados, foram refrescar-se nas frescas águas e seguiram a estrada de Nazaré. Em breve iriam conseguir ajuda e voltar para os trabalhos da reconquista.
Mas D. Afonso continuava pensativo com o destino da sua velha mãe e a origem da explosão no interior da montanha e perguntou ao batedor: - Que tinhas no cantil que deste á Nazaré? Pois o teu cantil vazio acabaste de o encher de água no rio.
Diogo o batedor, que tinha percebido a intenção da velha mulher de se sacrificar pelos companheiros, atacando o inimigo, respondeu calmo: - Era pólvora, meu Senhor! Com água ela não ia conseguir!

Arlete Piedade


quinta-feira, agosto 16, 2012

ENTREVISTA COM JOÃO FURTADO

Arlete Piedade: - Olá João Furtado. Para início desta nossa pequena entrevista, gostaria de te perguntar, como foi que começaste a escrever os teus poemas a favor da Paz?
João Furtado: Muito boa tarde, Arlete Piedade. É com prazer que eu venho responder ás perguntas que me fazes. Sempre gostei de escrever a favor da paz. Não sei como comecei, mas desde os meus primeiros poemas, sempre vi na Paz e no Amor, dois dados importantes, para serem descritos.
AP.: - Sempre escreves diáriamente, inspirando-te nos acontecimentos mundiais, que fazem manchete nos noticiários. Como os selecionas?
JF.: - Bom! Efectivamente ouvindo o noticiário, escrevo sobre o que mais me choca, seja pela parte positiva, seja pela negativa, a fim de eternizá-lo!
AP.: - A teu ver, qual o papel dos poetas, que como tu, usam o seu talento na escrita, para despertar as consciências das pessoas, para os problemas mundiais, como por exemplo a guerra e os problemas ambientais?
JF.: - O poeta escreve, usa a caneta, aliás fiz um poema há muito tempo em que digo que a caneta é uma arma e a palavra também. Usa a caneta em sentido figurado e palavra para transmitir o que sente e alertar a sociedade da actualidade e dos bons e dos maus momentos da vida. Acho que todo o poeta deve escrever, incentivar a paz mundial e a ecologia. O nosso planeta agradecerá certamente, tendo um mundo de paz e com menos violência, tanto o nível de violência humana, como o da natureza. É muito importante que o mundo tenha o equilíbrio ecológico, e se os poetas puderem ajudar a estabelecer esse equilíbrio, acho que estarão a contribuir para a paz mundial.
AP: Achas que os governos dos países e os que detêm o poder mundial, poderão ser influenciados pelos poetas e artistas em geral, que escrevem e compõem as suas obras de arte, a favor da paz mundial e do ambiente? Achas que vale a pena continuar esta luta de todos nós?
JF.: - O mundo político não é o meu mundo e não posso dizer se os meus poemas serão ouvidos pelos políticos. A minha esperança é que os meus poemas sejam lidos, ouvidos e compreendidos pelas crianças e os seres humanos em geral. Eu acho que os políticos são os nossos filhos e se os nossos filhos tiverem princípios de paz e ecologia, quando amanhã, chegaram ao governo, acho que poderão mudar e poderão pensar de maneira diferente dos políticos actuais.
AP.: - Estou absolutamente de acordo com essa tua análise João! Mudando um pouco de assunto. Acabaste de lançar o teu primeiro romance sobre emigração. Conta um pouco aos leitores como surgiu esta ideia deste romance em parceria.
JF.: - O romance Olhares de Saudade é um romance escrito com a parceria de Arlete Piedade , escritora e poetisa portuguesa, que é Consul de Poetas del Mundo para Santarém. A ideia surgiu duma brincadeira, práticamente surgiu do nada. Não tinha ideia que disto pudesse surgir uma obra completa. Hoje é uma obra completa e já certeza que podemos trabalhar, não isoladamente, mas também em conjunto, pode-se trabalhar e por no mercado uma obra, que até a mim me surpreende pela sua riqueza de pormenores, tanto do mundo rural português como do mundo rural cabo verdeano.
AP.: - Lembra aos nossos leitores as primeiras obras que publicaste, fala-nos um pouco delas, João.
JF.:- O meu primeiro livro, A Árvore de Fruta Pão e Outros Contos, são contos de infância, que estou a rever e acrescentar alguns outros contos, para fazer uma próxima edição, talvez daqui a uns dois ou três anos. A seguir, consegui por no mercado, A Terra e a Guerra pela Paz, Volume I, um trabalho de poemas, alguns mais antigos, outros mais recentes. Foi ilustrado por três jovens, desconhecidos no mundo artístico, mas que fizeram um trabalho muito interessante. O livro foi publicado em Portugal e também foi em Portugal que lancei o segundo livro, A Terra e a Guerra pela Paz Volume II, ilustrado por uma angolana, residente em Portugal há muitos anos, Margarida Barral. É um livro mais trabalhado, o primeiro é um livro quase em bruto, surgido do interior do poeta que sou eu. O segundo é um trabalho mais elaborado, e penso ainda este ano lançar o terceiro volume mas em parceria com Gilberto Lima, estando neste momento os poemas a serem ilustrados por um jovem o Ty Furtado.
AP.: - Obrigada João. Peço-te que fales agora um pouco sobre os projetos que tens actualmente em curso na literatura.
JF.: - Neste momento, tenho um livro de crónicas quase completo, por sempre que penso que está completo surgem oportunidades para escrever mais crónicas. Neste momento penso fazer mais três crónicas para completar o livro, porque não seria justo publicar aquele livro, sem contar os acontecimentos em crónica, dos ultimos seis meses. Tenho também na forja, um lvro de contos em poemas. São contos, alguns inventados por mim, outros contos tradicionais, todos trabalhados em forma de epopeia que provalvelmente dentro de um ou dois anos, poderã estar no mercado. Também estou a fazer outro livro com a Arlete Piedade, o Drama da Emigração, em poemas, sobre a emigração e tenho uma peça de teatro, já terminada, que é o Drama do Reencontro, feito em parceria com a escritora Artemisa Ferreira que dentro de um ano deverá estar no mercado. Será publicado em três vertentes: - Será um livro, com CD e DVD, com a representação da peça de teatro. E por ultimo, tenho outra peça de teatro em parceria com Álvaro Cardoso, muito avançado, pensamos terminar dentro de duas a três semanas. E quanto a publicação, vai para a gaveta e assim que houver oportunidade, estará no mercado.
AP.: - João fiquei surpreendida ao saber aqui na tua casa, que também tens actividades na area do teatro e em especial do cinema. Conta-me lá como surgiu essa oportunidade e que tipo de filme vais produzir.
JF.: - Participei num pequeno curso, ou sessão de esclarecimento sobre cinema. Durante a formação, fizemos uma pequena peça que ainda não está trabalhada, e em que nomearam-me produtor. Vamos fazer em breve mais uma pequena curta metragem, que será filmada no Ilha do Sal e é um concurso e serei novamente o produtor. Quanto a teatro, tenho acompanhado um pequeno grupo e também tenho ideias de fazer até guiões para filmes, Gosto de aventuras e de fazer coisas novas.
AP.: - Muito obrigada João. Muito sucesso e ideias sempre novas e capacidade de as concretizar é o que te desejo!!
Entrevista conduzida por Arlete Piedade.
Praia, Cabo Verde, 7 de Agosto de 2012

domingo, agosto 12, 2012

Mensagem a meu Pai!

Nesta data especial do Dia do Pai
quero te enviar uma mensagem
a tua vida faz três anos que lá vai
deixaste teu exemplo de coragem!

Adoravas a leitura para aprender
tiraste a quarta classe com distinção
tua inteligencia era vasta e teu saber
era da experiência da vida e da razão!

Hoje pai sabes que teu sonho é real
tens uma filha escritora, talvez banal
mas que está a construir seu caminho

Não é fácil, mas sempre há alguém
a incentivar e apoiar aqui e no Além
graças dou a Deus, por todo o carinho!

Arlete Piedade

12 de Agosto, Dia do Pai no Brasil

LANÇAMENTO DO LIVRO OLHARES DE SAUDADE NA PRAIA

Teve lugar no passado dia 3 de Agosto, no Auditório da Biblioteca Nacional na Cidade da Praia em Cabo Verde, o lançamento do livro OLHARES DE SAUDADE, de minha autoria e de João Furtado. O lançamento correu bem, apesar do falecimento no dia da minha chegada do sogro do João Furtado, o que devido ás tradições de Cabo Verde especialmente no período de luto, deu origem a que algumas pessoas pensassem que o lançamento do livro seria adiado e por tal motivo não terem comparecido. Mesmo assim, o auditório da Biblioteca Nacional da Praia, estava quase cheio e foi dado destaque ao lançamento, na imprensa nacional, e internacional, através da RTP Africa que nos entrevistou após o lançamento. Também no dia anterior, estivemos presentes no programa da RTCV (Televisão de Cabo Verde), Show da Manhã, onde fomos entrevistados, bem como nas rádios Rádio Cidade e PRAIA FM : Ver o artigo sobre o livro no site desta rádio, aqui:
http://praiafm.sapo.cv/article/30109

Em todas as entrevistas falámos do livro e em como se conhecemos e o livro foi escrito, tendo todos dado destaque ao facto do nosso livro ser uma inovação na literatura, com a escrita a quatro mãos e á distância, sem se conhecermos na altura em que o escrevemos e mesmo assim, cada um de nós ter desenvolvido as personagens e acção concebidas pelo outro, ao ponto de não se distinguir na escrita, as passagens escritas por cada um de nós, segundo opinião do professor Dr. Daniel Medina, que escreveu o prólogo e foi um dos apresentadores, em conjunto com a Drª. Fátima Bettencourt autora da revisão e do prefácio e Antonieta Lopes.

Em 3 de Novembro, o livro será apresentado em Santarém no Teatro Sá da Bandeira, e em Lisboa está prevista a apresentação na Associação Cabo Verdeana (a confirmar ainda e em data a marcar), Até lá o livro está á venda, á cobrança pelos correios, ou poderá também ser pago por transferencia bancária e enviado pelo correio. Quem estiver interessado poderá contactar-me pelo email: poeta_arlete@hotmail.com ou ao João Furtado, em Lem Ferreira - Praia - Cabo Verde, para quem estiver em Cabo Verde. Agradeço ainda aos patrocinadores do livro, sem os quais não teria sido possivel o concretizar deste projeto, bem como aos que nos ajudaram na revisão, prefacio, prólogo e comentarios e que fizeram a apresentação pública, professor Dr. Daniel Medina, Drª Fátima Bettencourt e Antonieta Lopes. Aqui poderão ver mais uma das publicações da imprensa em que se fala do livro:
http://www.alfa.cv/anacao_online/index.php/cultura/3014-livro-olhares-de-saudade-escrito-a-distancia

E aqui a gravação da emissão do Noticiário da RTP Africa, onde se fala no lançamento do nosso livro com uma entrevista feita aos dois, no final do lançamento.
http://www.rtp.pt/play/p46/e89779/reporter-africa

Em seguida iremos avançar para a continuação das histórias, com o segundo volume já em preparação.

Arlete Piedade

domingo, julho 29, 2012




OLHARES DE SAUDADE, é um livro nascido do projeto conjunto de um homem em Cabo Verde - João Furtado - e uma mulher em Portugal - Arlete Piedade.

Tiveram um sonho: - Dar a conhecer os seus povos e a sua cultura um ao outro e aos seus compatriotas, através da escrita. E para lhe dar forma, que havia de melhor que escrever um romance em conjunto? Através da Internet, por troca de mensagens, de emails, foram dando conteúdo, formando as personagens, desenvolvendo as estórias...e em dois países de emigrantes, que melhor tema que migraçôes?


Geremias e Jeremias, são primos...mas podiam ser irmãos gémeos...nasceram no mesmo dia, filhos de dois irmãos casados com duas irmãs...local: Cabo Verde.
Angela e Guidinha são duas amigas...em comum: dois noivos emigrantes em Portugal...as saudades...a tradição...a cultura...um país...Cabo Verde.
Isabelinha e Jacinto pertencem a gerações diferentes...são afilhada e padrinho...em comum: um país, Portugal, um local de origem: Ribatejo norte, no sopé do Parque Natural da Serra de Aires e Candeeiros...separações, vidas destruidas...saudades...
Em comum...todos eles: O reencontro, a reconstrução de um projecto de vida em comum...união de culturas, adaptação de mentalidades...o local: Amadora-Portugal!
O tempo: Entre 1965 e 1985...A cargo de João Furtado: As personagens e a acção em Cabo Verde; a cargo de Arlete Piedade: As personagens e a acção em Portugal...
OLHARES DE SAUDADE: Emigrantes, imigrantes...de tudo se fala neste livro. É já no próximo dia 3 de Agosto com a presença de João Furtado e Arlete Piedade, na PRAIA em CABO VERDE, que lançaremos o nosso Livro: OLHARES DE SAUDADE - I VOLUME.

Em seguida: Olhares de Saudade - II Volume - De 1985 á actualidade!


Uma prenda

Hoje faço anos e queria pedir uma prenda
mas não vou pedir a ninguém em especial
nem ao meu pai, porque já faleceu há anos
nem ao meu marido, porque trabalha muito
nem aos meus filhos, porque ganham pouco
nem á minha mãe, porque já é idosa e viúva...

Não...

Eu vou pedir a todos nós, os seres humanos
a todos os homens que assassinam e roubam
e batem em mulheres e crianças e em velhos
e maltratam e abandonam animais indefesos...
a todas as mulheres que abandonam os lares
e maltratam e assassinam seus filhos, sem dó
a todos os jovens que negligenciam os estudos
e desperdiçam a sua vida nas drogas e bebidas
enquanto o futuro os aguarda sem que cheguem...

Mais vou pedir...

a todos os governantes dos países do planeta
a todos os políticos corruptos e milionários
a todos os ricos que não pagam os impostos
a todos os médicos que abusam do seu poder
a todos os cientistas que cuidam do planeta...

Dêem-me uma prenda hoje...

A prenda da paz, caridade, honestidade e amor
somada á fraternidade, á compaixão e ao respeito
temperada com solidariedade, união e empenho
ligada com a cola da justiça universal, da igualdade
da tolerância entre todos os seres diferentes
do cuidado com o ambiente e a nossa Mãe Terra!

Assim no futuro, em todos os meus aniversários
serei feliz, estarei tranquila, calma e serenamente
poderei partir quando chegar a minha hora de ir...
porque os nossos filhos terão um lar, um futuro
e uma vida digna para ser saboreada e usufruida
e mais que tudo, terão bons exemplos a seguir,
para transmitirem a nossa herança ao futuro
e o nosso mundo poder continuar a sua marcha
rumo ás estrelas, atravessando o céu e as galáxias!

Arlete Piedade
19 de Junho de 2012 - Dia dos meus anos

sexta-feira, junho 29, 2012

"OLHARES DE SAUDADE" LANÇAMENTO NA CIDADE DA PRAIA EM CABO VERDE - CONVITE


FINALMENTE!!! AO FIM DE TRÊS ANOS VAI VER A LUZ DO DIA, O NOSSO PRIMEIRO ROMANCE CONJUNTO SOBRE HISTÓRIAS DE EMIGRAÇÃO QUE SE CRUZAM NO ESPAÇO LUSÓFANO!! EM AGOSTO EM CABO VERDE, EM NOVEMBRO EM SANTARÉM E LISBOA...E NO ENTRETANTO SE VERÁ!!! QUEM QUISER DESDE JÁ RESERVAR O LIVRO, É SÓ ENTRAR EM CONTACTO CONNOSCO! EU E JOÃO P.C. FURTADO, MEU AMIGO FRATERNO E PARCEIRO DE ESCRITA!!

ARLETE PIEDADE CO-AUTORA

PREFÁCIO DE OLHARES DE SAUDADE FOI ESCRITO POR FÁTIMA BETTENCOURT!! CONFIRA AQUI:

Um homem e uma mulher juntaram-se para escrever um livro. Parece banal a afirmação, mas deixará de sê-lo quando se acrescentarem alguns detalhes um tanto insólitos: eles não se conhecem, têm origens e percursos completamente diferentes e são de raças diferentes: ela é portuguesa e ele caboverdiano da diáspora santomense. Como foi então possível tal junção de esforços? A única explicação possível é o facto de ambos, JOÃO e ARLETE, terem tido o mesmo sonho, de construir um romance misto e mestiço o que não é absolutamente a mesma coisa.

O romance aí está e deram-lhe o apropriado nome de “OLHARES DE SAUDADE”. Bebe em parte na ruralidade da ilha de Santiago, hoje marcada profundamente pela emigração. É uma história simples e humana sobre vidas de caboverdianos humildes, gente simples e honesta que vive do seu trabalho, quer modelando peças de cerâmica, quer conduzindo viaturas várias pelos campos fora ou cavando a terra e guardando as culturas que consegue fazer brotar do seu pedaço de chão.

Muitos emigram por não se conformarem com essa vidinha “nhanhida” do nascimento à morte. Emigram para melhorar de vida e realizar os sonhos acalentados em longos anos de sacrifícios. Para alcançar esse objectivo não olham a despesas nem a meios, às vezes são ludibriados por indivíduos sem escrúpulos que se movimentam nos circuitos de tráfico humano e outros. Caem no logro uma vez e outra e outra, mas uma vez mordidos pelo “bichinho” da partida, não desistem nem esmorecem na esperança de que um dia será o seu dia de sorte, o dia em que sairão para procurar Cabo Verde, pois que, como observou e bem mestre Baltasar, essa viagem é simplesmente “em busca das ferramentas com que possa regressar à sua terra e servi-la”.

Um detalhe muito curioso chama a atenção na urdidura do romance: é a ligação directa que o emigrante de Santiago estabelece entre a Europa e a aldeia onde vive. Para começar o emigrante do interior da ilha, ao sair do avião, tem normalmente à sua espera amigos e familiares num Hiace que parte directo para a sua casa lá no campo onde é recebido com todas as manifestações festivas tradicionais de boas vindas, nomeadamente quando ele se faz acompanhar de amigos europeus que visitam a ilha pela primeira vez, mas antes de conhecer quaisquer pontos de interesse, vão contactar em primeira mão o ambiente onde vive e labuta o amigo caboverdiano. Se este ainda não possui todo o conforto a que o amigo europeu está habituado é apenas um detalhe circunstancial a que o visitante terá que se adaptar rapidamente, tal o impacto do coração aberto que o acolhe, a verdade social e íntima da vida no meio rural, a terra e tudo o que generosamente dá aos seus filhos. Este é um dado extremamente valioso para a definição do perfil do emigrante de Santiago. Ele tem uma mãe, um pai, irmãos e outros parentes que adora, mas tem também uma terra que venera, de que os seus filhos se orgulham e que partilha com amor e generosidade tudo o que possui. Julgo que a maioria dos europeus colocados frente a essa realidade soube compreendê-la e apreciá-la. E assim se vai processando a integração, talvez num ritmo mais acelerado do que pressupõem as leis de um e outro lado do Atlântico.

Entre apelos opostos vivem os ilhéus: o apelo da Terra-longe sempre arrastando-os atrás do seu fascínio e o apelo da Mamãe-terra que com a mesma intensidade os pressiona para regressarem ao seu seio. Assim, os filhos destas ilhas vão e voltam para de novo partir e tornar a voltar enquanto tiverem um sopro de vida. Todavia temos que admitir que cada vez há mais cabo-verdianos a regressar de vez ao terreiro onde solta as crias e os cabritos e onde pode ver a espiga de milho amadurecer à sua frente. Quanto mais avança a globalização, mais cresce este desejo do crioulo se agarrar ao seu chão, às suas ilhas de pedra e vento. Felizes daqueles a quem a vida permite esse regresso
a

ainda que a nostalgia das vidas vividas sob outros céus seja sempre uma sombra dolorosa. Afinal de dor e de amor se faz a saudade.

Partida e regresso são uma constante nesta obra o que inclui naturalmente a componente festiva. A alegria natural no cabo-verdiano se reflecte nesses momentos, quer sejam de bota fora ou de boas vindas. Festa nunca falta, há sempre uns violões que acompanham vozes soltas e sentidas, há sempre lágrimas, muitos abraços, sentimentos e emoções a boiar à flor da pele, há sempre muito calor humano na proporção do batuque e do funaná.

OLHARES DE SAUDADE é uma obra escrita a quatro mãos sendo pois natural o leitor ser confrontado com dois estilos diferentes. Diferenças de formação, de ambientes, de culturas e tradições, de formas de expressão, de vocabulário, de discursos, de conceitos. Por aí se pode ver que não terá sido fácil arrumar todas essas diferenças e fazer com que elas se conjugassem para resultar num texto harmonioso. Os dois autores juntaram-se para produzir um livro mestiço, não será exagero dizer o mais mestiço do património literário luso-caboverdiano, numa proposta original e muito conseguida pois que a obra é toda ela uma festiva exaltação do convívio entre raças e culturas diferentes.

Fátima Bettencourt


Fátima Bettencourt é natural do concelho de Porto Novo, Ilha de Santo Antão, Cabo Verde. Diplomada em Magistério Primário, estagiou em Comunicação Educacional na Universidade Nova de Lisboa e na Escola Superior de Educação de Setúbal (Portugal). Foi professora do Ensino Primário em Portugal, Cabo Verde, Guiné-Bissau e Angola e professora do Ensino Preparatório em Cabo-Verde.

quarta-feira, junho 06, 2012

PRÓLOGO DE OLHARES DE SAUDADE - POR DANIEL MEDINA


OLHARES DE SAUDADE, é um livro sobre emigração da autoria de Arlete Piedade e João Furtado, os autores deste blog com lançamento previsto para a cidade da Praia em Cabo Verde em Agosto próximo. Aqui divulgamos o prólogo do mesmo e iremos continuar a divulgar mais detalhes sobre este nosso projeto que finalmente esperamos, veja a luz do dia em breve. Arlete Piedade


PRÓLOGO

A vida, a história e as pessoas não param de nos surpreender. Dois seres de paragens e vivências diferentes e distantes decidiram “encontrar-se” num mesmo livro. Escreveram-no. Cabo Verde e Portugal juntaram-se num mesmo palco de escrita num complementar de percepções de partidas e de chegadas. E agora oferecem-no aos leitores num jogo de e para descobertas.

Este é um livro mesclado. De sentidos não dispersos. A sua simbiose emerge dum reencontro proposto de sonhos sonhados. Uma obra construída aparentemente de acasos. A força do querer torna passível a construção de poderes de encontros, propósitos, uniões, de definição de caminhos rumo a uma plenitude de ocasos.

Os nossos destinos afivelam-se nesta obra. Deram as mãos para brindarem os anseios, às palavras, na procura de razões para explicar um emaranhado compulsivo de histórias que nos exclama, reclama e interroga.

Aqui as culturas se interpenetram. Aceitam-se. Recriam-se. Vivificam-se. Justificam-se nas formas do sentir e respirar a literariedade e através da fenomenologia cultural e do cruzamento de sentidos. Esbateram-se hipotéticas barreiras. Até a alegria e a dor deste parto literário foram partilhados de forma inegoística.

Este é um romance sui generis. A sua configuração e estrutura são distintas. Obedeceram a ritmos, sentires e pensares dissemelhantes, mas, ao mesmo tempo a uma espécie de harmonia de almejadas vontades comuns numa interessante revelação através de aproximações múltiplas. Encontraram-se e partilharam-se caminhos da alma pela via da escrita.
Nesta obra permeada de vivencialidades e de experiências reencontramo-nos, pois trata-se de um cruzar de aspirações que nos permitem alguma transcendência.
Olhares de Saudade é uma espécie de página das nossas vidas. É envolvente e lê-se de um só fôlego. Depois fica a saudade antecipada do próximo volume.

Daniel Medina

Daniel Medina é Doutorado em Ciências Politicas, Mestre em Linguística, Pós-Graduado em Direito e Licenciado em Jornalismo Internacional. Concilia a vida académica com a Investigação e o Jornalismo. É possuidor de uma vasta experiência académica em várias Universidades Portuguesas e Cabo-Verdiana.
Colaborou e dirigiu vários Órgãos de Comunicação Social em Portugal e Cabo Verde. É autor de 3 livros de poemas, de dois livros Técnicos e de 1 de Crónicas. É membro e Administrador da Associação Cabo-verdiana de Autores, membro de Poetas Del Mundo e colaborador permanente da Universidade Nova de Lisboana área de linguística e membro da Associação Francesa de Terminologia!






A minha poesia



Para que serve esta minha poesia,

senão for para alegrar corações?

Para mim, será mesmo a terapia

para entender as minhas razões!



Já foi em tempos idos, a magia...

serviu personagens idealizados,

descreveu mundos com alegria,

lá todos eram felizes e amados...



A minha poesia até andou perdida,

triste, escondeu-se envergonhada,

solitária reprimiu dores e tristeza...



pois se minha alma chorava, ferida

por pudor, não queria contagiada,

quem ainda lhe elogiava a beleza...




Arlete Piedade

domingo, junho 03, 2012

Almoço e tertúlia em Santarém - Convite com a ementa



Queridos Amigos

 

Repasso emocionada este convite da U.L.L.A-União Lusófona das Letras e das Artes, referente ao almoço seguido de tertúlia poética e convívio que estamos a organizar em Santarém, no Restaurante A Grelha, no próximo dia 24 de Junho. Gostaria de contar com a presença de muitos amigos e poetas, na passagem de mais um aniversário meu. Podem contactar a ULLA, (ver contactos abaixo), ou a mim mesma, para confirmar. Se necessitarem de transporte de Lisboa, terão que confirmar até ao próximo dia 12, se for só para almoço, poderão fazê-lo até ao dia 19 de Junho. Beijinhos a todos, Arlete Piedade

 

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Presados sócios e amigos

 

A U.L.L.A. está a organizar um evento em Santarém
No próximo dia 24 de junho de 2012
Será um almoço convívio seguido de tertúlia poética
Onde cantaremos os Parabéns à vice- presidente e fundadora Arlete Piedade
Para tal teremos de alugar um carro que nos leve e traga para Lisboa por isso gostaria de saber quem está interessado a estar presente saindo de Lisboa, por volta das 10,30h da manhã e voltarmos por volta das 19h. Alugaremos um carro de 15 ou 3O pessoas dependendo das vossas confirmações preço por pessoa rondará os 30€ com tudo incluído.
Peço por isso a todos vós que me informem se podem ou pretendem ir até ao dia 12 de junho por mail ou para o telemóvel 969062037.
A vossa presença é sempre agradável e a nossa Associação precisa de todos vós.
Fico esperando a vossa resposta em breve.

As minhas Saudações Poéticas
Com carinho e amizade
( Presidente)
Edyth Teles de Meneses

 

 


 

sábado, maio 05, 2012

MÃE NEGRA POEMA DEDICADO A TODAS AS MÃES NO DIA DA MÃE 2012

DIA DA MÃE 2012 - Poema MÃE NEGRA da autoria de Arlete Piedade, declamado por Celso Brasil, do Portal Cultural ABRALI, dedicado a todas as mães que lutam para criar os seus filhos, neste mundo em mudança, seja qual for a cor da sua pele e o local onde vivem. Arlete Piedade

domingo, abril 22, 2012

JORGE AMADO HOMENAGEADO NA SUIÇA POR VALDECK ALMEIDA DE JESUS



Jorge Amado será homenageado no Salão do Livro e Imprensa de Genebra

 

O mais Amado de todos os escritores baianos é tema de um cordel que vai ser apresentado no palco principal por Valdeck Almeida de Jesus.

 

Outros baianos como Léo Dragone, Varenka de Fátima, Carlos Ventura e o próprio Valdeck lançam livros no maior evento literário da Suíça. Este será um encontro real entre editores, autores, emissoras, distribuidores, imprensa e admiradores da escrita e da cultura, que acontece de 25 a 29 de abril de 2012, em Genebra, Suíça. Os autores baianos e de vários estados brasileiros constam em catálogo preparado por Jacqueline Aisenman, diretora do projeto literário e livraria Varal do Brasil, com estande na feira literária, que reúne mais de 100 mil visitantes.

 

Os escritores Leo Dragone, Valdeck Almeida de Jesus, Carlos Ventura e Varenka de Fátima Araújo terão seus livros lançados durante o evento. Dragone é amante das letras, leitor assíduo de Jorge Amado e outros escritores da contemporaneidade. Esta será sua primeira participação no exterior com a obra "Diário de Rafinha – as duas faces de um amor", que conta a história fictícia de um adolescente homossexual.

 

Varenka vai lançar "Ela em versos", uma obra recheada de emoção, como a poeta que canta a simplicidade da vida, esta mesma vida que a autora aproveita para curtir com muito amor e dedicação às artes. Antes de ser uma obra biográfica, o livro representa o imaginário de toda mulher em busca da harmonia com o universo.

 

Carlos Ventura e "O verdadeiro paraíso", obra já lançada no Brasil vem com nova edição, falando de arte, da essência feminina e do belo. Por ser músico, Carlos brinda aos leitores com poemas-músicas e as músicas-poemas que celebram o amor, o sentimento, a paixão. Mesma paixão que o autor sente, como poeta, e que lhe inspira todos os dias (e noites) bem dormidas. Neste verdadeiro paraíso se descobre o quanto a obra é o homem e vice versa.

 

Valdeck Almeida faz o lançamento internacional de "Sim, sou gay. E daí? – Alice no País das Maravilhas" e "Memorial do Inferno", em edições traduzidas para o inglês. O autor estará presente no estande do Varal do Brasil durante toda a programação da Feira do Livro e Imprensa de Genebra.  E, em mais uma vitória do Varal do Brasil, na sexta-feira, 27 de abril, das 15h00 às 16h00, no palco Scène Libre do Salão Internacional do Livro, será apresentado o cordel sobre Jorge Amado, de autoria do poeta e escritor Valdeck Almeida de Jesus. Valdeck estará presente para declamar, com trilha sonora e apresentação do músico e escritor Marcelo Madeira! A tarde de autógrafos será dia 26 de abril, das 10 às 12 horas e dia 28 de abril de 2012, das 13:30 às 15:30 hs.

 

Site do Salão do Livro: www.salondulivre.ch

 

Ouça aqui a entrevista concedida por Valdeck Almeida de Jesus, a Arlete Piedade, para o programa Arlete Convida na Rádio Raizonline: http://jornaldogrupo.blogspot.pt/2011/09/programa-arlete-convida-na-radio.html

 

sexta-feira, abril 20, 2012

O Professor e a Paz Social - Poema de Amália Faustino Mendes



Poema da Poetisa e Professora de Cabo-Verde, Amália Faustina Mendes, para comemorar o Dia do Professor, declamado por Arlete Piedade

sexta-feira, março 23, 2012

SEDUÇÃO IMEMORIAL
















Sedução imemorial

Santarém há três mil anos,
que tens o Tejo a teus pés,
não o prendes com enganos,
que dama sedutora, tu és!

Nessas margens verdejantes,
Um dia, Calipso se passeava...
quando aportaram viajantes,
e Ulisses dela, se enamorava!

Mas seu pai ficou zangado,
poe um genro estrangeiro...
a armada fez-se ao largo...
e Abidis foi o primeiro...

Rejeitado logo á nascença,
foi criado entre os veados,
que encontraram a criança,
num cesto por esses lados...

Sua mãe com o desgosto,
não quis voltar, a ter amor...
pl'a vida o rei perdeu gosto,
sem herdeiro! - era só dor!

Um dia,o rei ficou a saber
do jovem lá na floresta...
e logo, o mandou trazer,
e mandou dar uma festa!

Triste a princesa a chorar,
o filho perdido, reconheceu
pela flor que veio a marcar,
a sua pele, quando nasceu!

O velho rei claro...ficou feliz!
e nomeou-o seu sucessor!
Fundou uma cidade, Abidis
- Scalabis - onde achou, amor!

Trinta séculos são passados,
e ainda somos scalabitanos!
Tantos heróis foram gerados
nos verdes prados,ribatejanos!

Arlete Piedade

terça-feira, março 20, 2012

DIA INTERNACIONAL DA POESIA
















Dia Internacional da Poesia

D iamante lapidado, terna poesia
I rradiante em inspiração e magia
A stros navegando em pura alegria

I nacreditável esta nossa interacção
N otável a veia poética que nos irriga
T ela pintada com vibrante coração
E spargindo cores de seara e espiga
R aros tons de aguarela, óleo e carvão
N evóas de primavera, sol que respiga
A rdentes calores no pino do verão
C anção da ternura que a todos liga
I nflamada em terrenos de emoção
O vação de vates e musas em festa
N esga aberta na noite de escuridão
A mantes unidos em desejo e paixão
L entamente se perdendo pela floresta

D ata em que a primavera se inicia
A fastando os medos da estação fria

P apiro, repouso de antigos segredos
O uro e jóias de tesouros escondidos
E ncantos de ilhas perdidas no mar
S emeadas a esmo, pelos abismos
I nicío e fim de histórias imemoriais
A mantes vibrando desejo em poesia!

Arlete Piedade

VOLTOU A PRIMAVERA

Voltou a primavera á nossa floresta do amor

em ternas pinceladas coloridas de luz

jovens borboletas esvoaçam de flor em flor

e o amanhecer aos entes mágicos, seduz!

 

as árvores brilham como grandes ametistas

em pingentes verdes de luz encandeantes

quem seriam, míticos pintores os artistas

autores da obra na natureza, ofuscante?

 

venham ver, amigos, são nossos convidados

podem vir sozinhos, ou mesmo acompanhados

e espraiarem-se pelas clareiras luminosas...

 

tragam um piquenique com vossos amados

esqueçam por um dia, os destinos traçados

e aspirem os cheiros das flores odorosas...

 

Arlete Piedade

OS MEUS CUMPRIMENTOS

PARA SER LIDO AMANHA, 21 DE MARÇO DE 2012, DIA MUNDIAL DA POESIA

OS MEUS CUMPRIMENTOS

O - Os poetas… Que tenham, hoje, um lindo dia…
...
D - Desejo aos poetas do Mundo e arredores
I - Intenso dia poético e cheio de música e alegria
A - A guerra que seja esquecida e lembrados os amores…

D - Dediquem, hoje, à Paz, ao amor e à poesia do bem
A - A nossa vida que seja bela em tudo que ela contem
S - Sempre ofendemos os nossos… Os meus que me desculpem!

P - Provavelmente um dia de Poesia é muitíssimo pouco
O - Ou talvez não… Somos animais comprovadamente de vícios
E - E se viciarmos com a Paz e o amor e… É… Lógico
S - Sairmos por ai fora a esquecer… E assinar armistícios?
I - Imaginação, utopia, sonhos lindos num mundo louco
A - A verdade, acho eu, que com guerra e seus desperdícios
S - Suficientes seriam para termos a felicidade… Homem mouco!

João Furtado
Embaixador dos Poetas del Mundo para Cabo Verde

Praia, 20 de Março de 2012
http://joaopcfurtado.blogspot.com/

domingo, março 18, 2012

DIA DO PAI




Pai, este é o terceiro ano sem ti
mas mais que contar os dias, pai
são as lágrimas de uma saudade
contida, mas jamais esquecida !!
Pai, era verão e a tua horta pai,
estava linda! Cultivada e viçosa
cuidada e regada todos os dias.
Tinhas o teu banco á sombra
debaixo do teu pessegueiro
e lá ficavas sentado, sereno
cuidando de tudo com carinho!
Sabes pai, o ano passado secou
o teu pessegueiro, não deu fruto
Este ano, tem flor, está carregado
mas não chove! Será que vai secar?
Ou dar frutos para te homenagear?
Olha pai, recordas-te dos Dias do Pai?
Sempre te ia visitar, e te dava algo
um livro, um cartão, umas flores
ou a minha simples presença
e ficavas sempre tão feliz, pai!
Agora...
Vou visitar o teu túmulo, por flores
vou regar e semear a tua horta
e chorar lágrimas de saudade...
a saudade de um filha amada
que mesmo separada na morte
sempre te amará e te recordará!
Meu pai!

Arlete Piedade

domingo, março 04, 2012

TRIBUTO A MARIA DA FONSECA NO DIA INTERNACIONAL DA MULHER



O Dia Internacional da Mulher, é celebrado em reconhecimento ao papel desenvolvido pela mulher, na reivindicação de uma participação plena e igualitária na sociedade e na luta contra a discriminação, entre géneros.
A data é comemorada desde 1910, em homenagem às mulheres que morreram numa fábrica de tecidos, situada na cidade norte-americana de Nova Iorque, por reivindicarem melhores condições de trabalho. Em 1857, operárias desta fábrica de tecidos fizeram uma greve e ocuparam o recinto fabril, reivindicando melhores condições de trabalho, tais como a redução na carga diária de trabalho, de 16 para dez horas, equiparação de salários com os homens e tratamento digno no ambiente de trabalho.
As fábricas exigiam 16 horas de trabalho diário e as mulheres chegavam a receber apenas um terço do salário de um homem, pelo mesmo tipo de trabalho efectuado.
A manifestação foi reprimida com violência e as mulheres foram fechadas dentro da fábrica, que depois foi incendiada. Aproximadamente 130 operárias morreram carbonizadas, num acto totalmente desumano.
O dia 8 de Março começou a ser comemorado em 1910, mas somente em 1975, através de um decreto, a data foi oficializada pela Organização das Nações Unidas (ONU).
Conhecido tradicionalmente como mês da mulher, Março deve servir de reflexão sobre os inúmeros problemas que a camada feminina enfrenta na sociedade, pois, a data significa que se devem resolver as questões que ainda impedem a emancipação progressiva e harmoniosa das mulheres.
Assim, convidei a querida poetisa e amiga, Maria da Fonseca, a contar-nos uma breve história da sua vida, que passo a citar:
- “Sou Maria da Fonseca, nasci em Lisboa, filha de pai português, natural do Porto e de mãe alemã, nascida em Berlim.
O meu Pai admirava imenso os escritores da sua época, lia muito e recitava poesia. Eu comecei logo de criança a gostar de o ouvir e fui influenciada pelos seus gostos.
Ao terminar o curso do liceu, era o momento de escolher a área científica
para prosseguir os estudos. Optei por Ciências e mais tarde escolhi seguir o ramo de engenharia químico-industrial.
Terminei o meu curso no Instituto Superior Técnico em 1955.
Fui sempre boa estudante e sentia-me compensada por fazer parte do grupo dos melhores alunos do curso desse ano. Ao todo éramos 25, sendo 9 moças e 16 rapazes.
As oportunidades de emprego em Portugal não surgiam com facilidade. Houve colegas que foram trabalhar nas fábricas dos seus familiares, outros dedicaram-se à investigação e vários ao ensino. Para as moças era ainda mais difícil; as indústrias portuguesas não ofereciam possibilidade de emprego às engenheiras e muitas nem sequer tinham engenheiro ou mesmo qualquer outro técnico qualificado. Assim restava-lhes seguirem o ensino ou a investigação.
Mas eu queria ir para uma fábrica – era esse o meu maior desejo! Tinha estagiado em três grandes empresas nacionais: CUF, SACOR, SAPEC e COVINA.
Um dia finalmente realizou-se o que eu pretendia. Recebi o convite de um industrial português para chefiar o laboratório da principal fábrica de vidro plano da América do Sul. Estava instalada no Estado do Rio de Janeiro, Brasil. Pareceu-me um projecto que correspondia às minhas expectativas. Consultei o meu Pai, ele aceitou bem a ideia e toda a família se alegrou com esta possibilidade surgida exactamente no dia 13 de Maio de 1956 – dia de Nossa Senhora de Fátima.
Assim no dia 10 de Outubro do mesmo ano, saí da minha casa para o meu primeiro voo no Constellation, avião que atravessaria o Atlântico rumo às terras de Vera Cruz. Cheguei completamente desfeita pela minha primeira viagem de avião de 18 horas. No entanto, em terra, recuperei as forças e fiquei curiosa. O dia estava lindo e quente, era meio-dia – olhei à minha volta e vi os restantes passageiros também satisfeitos por terem chegado ao seu destino. Tinha pedido a uma amiga para ir ao meu encontro no Aeroporto do Galeão. O Director Técnico da Companhia estava também à minha espera. Mal sabia eu que esse engenheiro que eu fui conhecer naquele momento era o meu futuro marido!
Na fábrica tudo correu bem – já tinha conhecimentos sobre a indústria que me esperava. As pessoas receberam-me com afabilidade e comecei a sentir-me à vontade. No entanto sentia saudades de Lisboa, da Família e das minhas Amigas. Escrevia-lhes longas cartas a contar tudo e também recebia imensas.
Vivia no Hotel em Icaraí. Na verdade todos me aconselharam que sendo sozinha seria melhor viver na cidade, no bairro de Icaraí, que tem uma magnifica praia e uma esplendorosa vista para a baía da Guanabara - do Corcovado, do Pão de Açúcar, do Botafogo, da Ilha da Boa Viagem - um cenário indescritível.
Não ia à praia apesar do intenso calor. Gostava mais de ir ao cinema e dedicava-me à leitura, o que constituiu sempre o meu hobby. Comecei a socializar-me a pouco e pouco apesar da minha timidez.
O Brasil começou a conquistar-me pela sua beleza, grandiosidade e simpatia.
Cerca de dois anos passados, viemos casar a Lisboa e tivemos três lindas Meninas (duas nasceram no Brasil e a terceira em Portugal). A vida familiar era atribulada com três filhas. O emprego, as transições e a educação das moças foi tarefa árdua. Apesar de todos os problemas tenho grande orgulho no meu percurso (no Brasil e em Portugal). As minhas filhas têm a sua vida constituída e são mães de seis belos Netos.
O meu gosto pelas letras foi constante na minha vida, mas com tantas tarefas, a oportunidade para me dedicar à escrita era escassa.
Próxima da aposentação comecei a sonhar; desta vez imaginava escrever um livro – talvez contar a vida, a minha luta que acho interessante.
Sucedeu que o convívio com os netos fez surgir a inspiração para escrever versos. E eles apreciam, o que me dá grande alegria. Fui desenvolvendo o gosto de observar a Natureza e tudo o que me rodeia! Sinto-me feliz enquanto escrevo. Verificar que os meus Amigos aceitam sensibilizados o meu poetar – traduzir em palavras simples o que me vai na alma – entusiasma-me para continuar esta arte maior.
Maria da Fonseca “
E agora em jeito de homenagem, aqui vai um belo poema desta linda poetisa, dedicado á família:

COM A FAMÍLIA

O Sol brilha a colorir
O céu, os toldos, o rio.
A Família a reunir,
Dos pardais ‘scuta-se o pio.

Seis velas correm no Tejo
Nesta tarde radiosa.
Os namorados dão beijos.
Nossa conversa amistosa.

São os primos que se encontram,
Os meus Netos radiantes.
A jogar se desencontram,
Escondem-se vigilantes.

No meio da brincadeira
Acham linda joaninha
Que se afasta mui ligeira
Dando às asas, vermelhinha.

Por cima o comboio passa
Na ponte pênsil, ruidosa,
E a brisa a todos abraça,
Mais fresca, mais buliçosa.

A tarde já vai caindo!
É preciso regressar.
Este é um domingo lindo
Que Deus deu por nos amar.

Lisboa - Portugal

Maria da Fonseca

Por tão linda e longa vida, o meu agradecimento a Maria da Fonseca que a todas nós inspira com o seu carinho e gentileza que mostram a grande Senhora e Mulher que soube sempre ser e continua a honrar-me com a sua amizade e poesia.

Arlete Piedade

DIA INTERNACIONAL DA MULHER















Dia Internacional da Mulher - Acróstico

D ás de ti, sem usar medidas
I ndiferente és ao maldizer
A mas sem pensar nas feridas

I njusta é a vida que levas
N ações unem-se neste teu dia
T ormentos venceste sem parar
E ncontraste forças no altar
R aios de sol são tua energia
N unca desistirás desses sonhos
A rdente e delicada nos carinhos
C iosa de dias futuros risonhos
I nclinas-te humilde na oração
O h! Jesus mostra meus caminhos
N ão quero ser esquecida da vida
A mo os meus filhos com paixão
L aços fortes de afecto e união!

D á-me forças para seguir Senhor
A limenta sempre esta alma de amor!

M ulheres de todas as raças uni-vos
U m clamor se ouvirá em todos os lados
L amentos em altas vozes, pelos filhos
H umilhados, mutilados, assassinados,
E rgue tua voz em todos os continentes
R ainha dos corações, ora pelos doentes!

Arlete Piedade

sábado, março 03, 2012

NO CUME DA MONTANHA

















Subi á mais alta montanha
como uma águia liberta planando no ar
que busca alimento para os filhos criar
e um pouso seguro para construir o ninho
e lá do mais alto cume, espraei o olhar
pelos cumes e cordilheiras distantes
até a vista se perder nas lonjuras azuis
e só conseguir imaginar
o azul distante do mar.

Deixei o pensamento vaguear, viajar
transpor as distâncias abismais
atravessar o oceano e as vagas eternas
e tão semelhantes á montanha
que a meus pés se estendia
e compreendi o mundo
como era um corpo uno e vivo
um imenso organismo vivo
que ondulava e respirava e vivia
como uma gigantesca baleia
com um minusculo coral no dorso
que era eu...

Tão pequenos e efémeros que somos
humanos surreais que se julgam deuses
que podem ser anjos e logo demónios
construir obras de arte e logo em seguida
torturar, destruir, assaltar, assassinar
amar ternamente e logo em seguida odiar
magoar, desprezar, humilhar e escorraçar
que seres são estes Senhor?

Misto de anjo e demónio, seres precários
de vidas curtas, feitos de matéria perecível
mas com um espírito eterno aprisionado
e em constante aprimoramento
através do amor, e do cruel sofrimento!

Arlete Piedade