domingo, dezembro 28, 2014

HOSSANA - TRIVIOLETRA COMPARTILHADO

Para melhor conhecer os trivioletras vâ a: http://www.recantodasletras.com.br/teorialiteraria/4147859

NATAL DE ANTIGAMENTE



NATAL DE ANTIGAMENTE

N a saudosa infância
L A atrás no passado
Era T empo festejado
Mãe A massando as filhós
á volta L areira de todos nós!

Fritura fin D ada
Salpicados d E açúcar

Eram depois s A boreados
De café acompa N hados
De cevada na cafe T eira
Família reunida beb I a!
No céu anjos davam  G raças
Constelações de estrel A s brilhavam
Hossana, hossana, o M enino nasceu!
Nas nossas cabeças E ntoavam
Coros de vozes a N gelicais
Após meia noi Te davam presentes
Cachecóis m E ias e dormíamos contentes!

Arlete Piedade 

PORTUGAL




O PÓNEI SPARK


3º LUGAR - CATEGORIA CONTO INFANTIL

Era uma aldeia perdida no alto de uma montanha num país longínquo no centro da Europa. Quando vinha o inverno, caía muita neve e os caminhos estreitos que contornavam a montanha, ficavam escorregadios para as crianças poderem descer para o vale para irem á escola.
Os pais tinham receio que elas caíssem e se ferissem gravemente, ou até morressem enterradas na neve, antes que alguém as conseguisse encontrar e socorrer, mas o grupo de cinco crianças, era tenaz e com muita vontade de aprender para puderem sair da aldeia e tentar uma vida melhor na vila ou, do outro lado do rio, na cidade grande.
Marina, era a mais velha das meninas com 10 anos. As gémeas Mónica e Sofia, vinham logo a seguir, com 8 anos. Os dois rapazes, eram os irmãos Santiago com 11 anos e Ruben, com 7 anos. Num dia muito frio e sem sol, uma semana antes do Natal, o grupo de crianças seguia em fila pelo estreito carreiro, Santiago á frente, seguido do Ruben, as gémeas a seguir e Marina atrás fechando a retaguarda, quando a neve começou a cair espessa e soprada pelo vento gelado. As crianças deram as mãos para se apoiarem, mas quando soprou uma rajada mais forte, Ruben, foi projetado contra a parede rochosa da montanha e escorregou, arrastando consigo Mónica que vinha atrás dele.
Santiago na tentativa de agarrar o irmão, foi precipitado no desfiladeiro, dando um grito estridente que fez eco por todo o vale. As crianças não perceberam o que ele gritou, exceto Marina que vinha atrás e tinha ficado de mão dada com Sofia, as duas tremendo e tiritando de choque e frio.
Por isso não souberam explicar aos pais, o que se tinha passado a seguir. Apenas diziam que tinham visto um cavalinho brilhante, de várias cores, que trotava rente ao caminho, com uma longa cauda esvoaçando ao vento e que mergulhou no desfiladeiro. Quando reapareceu, trazia Santiago montado na garupa, abraçando Ruben na sua frente e agarrada ás suas costas, a pequena Mónica. - Sou o pónei Spark – Eles escutaram a voz meiga, ressoando dentro das suas cabeças. - A partir de hoje, quando estiverem em dificuldades, chamem por mim, e virei para levá-los até ao vale.
Quando recuperaram do choque, a escola estava á vista, não havia sinais de neve e o sol brilhava. Por todo o lado, havia flores vistosas e erva tenrinha. Ao longe pareceu-lhe ver um pequeno cavalo que pastava e trotava feliz, por entre um arco-íris de cores coloridas e luminosas.

Arlete Piedade 

Portugal

2015 SEJA DE PAZ PARA O POVO DO PLANETA TERRA

2015 SEJA DE PAZ PARA O POVO DO PLANETA TERRA
Para todos um belo e Feliz Ano Novo
Com menos sofrimento para o povo
Deste planeta Azul de nome Terra

Que a PAZ ganhe e vença a guerra
Que a harmonia entre os homens o alvo
E que o pensamento seja perfeito e novo

É o ano 2015 que em força aparece

Que traga a alegre PAZ que tanto carece

João P. C. Furtado
Praia 28 de Dezembro de 2015

sábado, dezembro 27, 2014

POEMA INDRISO SEMEADOR DE ESTRELAS




Nesta vida terrena, semeaste estrelas
Fertilizaste, mondaste, tal o lavrador
De permuta, apenas desejavas amor!

Repousas em verdes prados celestiais,
Cercado de estrelas brilhantes, plurais
Mesmo que jamais, chegues a vê-las!

Espírito liberto, largaste cá a tua Cruz.

Imergiste finalmente, no Universo de Luz!

Arlete Piedade


O SONHO NA ILHA


A meio da travessia entre as duas margens daquele mar interior que banhava dois países distantes, o ferryboat começou a ter problemas com os motores, sem que nada o fizesse prever, pois o mar estava calmo, azul e liso como um espelho onde repassavam às vezes pequenas nuvens brancas, como flocos de algodão. Eu seguia sozinha, sem ninguém conhecido, entre estrangeiros que nem falavam a minha língua e fiquei apreensiva, esperando o desenrolar dos acontecimentos. E eles vieram numa mensagem transmitida pelo sistema de som, em que o comandante avisava em quatro línguas diferentes, para ficarmos calmos, e esperarmos ser conduzidos aos salva-vidas para abandonarmos o barco, pois enfrentavam uma grave avaria. A tragédia do navio Costa Concórdia, ainda estava viva na minha mente, fiquei assustada e procurei ficar próxima daquele simpático senhor que tinha metido conversa comigo, ainda no porto. Ele falava inglês, pelo menos eu percebia alguma coisa do que ele falava. Além disso, ele tinha dito que era um ex-oficial da marinha inglesa, na reforma, era uma boa aposta para me ajudar nesta situação complicada.
Fiz bem em me aproximar do cavalheiro inglês, ele ajudou-me a descer para o bote salva-vidas, em conjunto com outros passageiros, e daí a pouco começamos a ser resgatados por uma lancha de um navio que se avistava ao longe, carregado de contentores de mercadorias. Mas antes de chegar a nossa vez, a lancha já cheia, partiu deixando-nos sós.
Aparentemente o bote salva-vidas seguia agora á deriva na corrente, e em breve começamos a avistar acima da linha do horizonte, o que pareciam ser copas de palmeiras, depois as palmeiras completas que se iam aproximando, depois uma escarpa rochosa por onde escorria uma deslumbrante cascata para o mar. No cimo da falésia, parecia estar deitada uma linda mulher, com uma cabeleira tão comprida, brilhante e prateada que se confundia com os fios de água da cascata.
Mas devia ser uma ilusão de óptica, disse o meu companheiro, talvez uma montanha no interior da ilha, cujo perfil se assemelhava a um rosto de mulher de cabelos compridos. Impressionada concordei, pois nada mais podia fazer. O bote agora rodeava a ilha e acabou por encalhar na areia de uma pequena enseada. Saltámos para a água pouco profunda, que só nos chegava aos joelhos e avançámos até á praia de areias finas e douradas. O sol já descia no horizonte, quase a rasar o mar e os seus raios horizontais, deixavam uma estrada de luz dourada na água transparente e morna.
Procurámos um lugar para nos abrigarmos e passar a noite que se aproximava. Mas cansados, deixámo-nos cair na areia quente, e adormecemos nos braços um do outro, procurando proteção e aconchego. Era madrugada quando acordámos. A lua ia já a declinar no céu, em direção ao mar e o céu estava a começar a clarear. Estava frio, mas o calor dos nossos corpos aquecia-nos. Senti o seu hálito quente e abandonei-me ao beijo que se seguiu. Depois de satisfeitos os nossos corpos, voltámos a adormecer extenuados. O sol brilhava forte por cima de nós, quando acordámos com fome e sede. Ao longe ouvia-se uma canção dolente numa voz de mulher por cima do muralhar das ondas na areia. Olhámo-nos surpreendidos e maravilhados por termos companhia que nos pudesse socorrer. Levantámo-nos e de mão dada, dirigimo-nos para as palmeiras. Tudo iria acabar em bem! Estávamos apenas a sonhar! Em breve iríamos chegar ao nosso destino e tudo não passaria de uma doce recordação. Ou não seria sonho?


Arlete Piedade

OS PODERES DA BRUXA PINTORA

Brunhilda era filha de um grande feiticeiro que vivia num castelo no norte da Noruega e de uma bruxa romena, dos quais herdou os seus poderes. Ela cresceu no castelo enquanto a sua mãe viajava pela Europa, com uma troupe de circo, dando espetáculos em várias cidades. A menina sentia-se muito só, porque não tinha ninguém da sua idade para brincar e não ia á escola, porque o seu pai dizia que ela não precisava de aprender nada, que ele não lhe pudesse ensinar. Quando a pequena bruxinha, tinha cinco anos, a sua mãe voltou de uma grande digressão e ficou no castelo algum tempo a recuperar forças, para voltar a partir.
Mas o seu pai queria que ela ficasse com ele e fez um perigoso feitiço para prender a esposa, junto de si e da sua filha. Passaram-se dez anos, até que um dia ela desapareceu de novo e o feiticeiro, partiu á procura dela, esquecendo-se da filha, que ficou abandonada no castelo. Então Brunhilda, desesperada, percorreu todo o castelo, procurando alguém, até que no cimo da mais alta torre, encontrou uma sala com muitos objetos antigos, mas o que mais a fascinou, foi um quadro que ocupava a parede inteira em frente da porta.
Representava várias meninas, sentadas á volta de uma grande mesa, em redor de uma linda senhora, que parecia estar a ensiná-las a fazer desenhos e pinturas, nas folhas que cada uma tinha á frente. Brunhilda era já uma mocinha de quinze anos nessa altura, e os seus poderes manifestavam-se por vezes nas alturas mais inesperadas, quando ela desejava desesperadamente alguma coisa, como agora. Ela olhava fixamente o quadro, imaginando estar entre aquelas meninas, quando se viu sentada á mesa, sem entender como tinha ido lá parar. Á sua frente, estava uma folha de papel, tintas de várias cores e pincéis.
A jovem bruxa, pegou nos pincéis e começou a pintar, passando para a tela, as imagens que tinha na sua mente. Apareceu lentamente o rosto moreno de cabelos negros de sua mãe, depois as suas mãos guiadas por um poder superior, foram desenhando e pintando o corpo, os braços, as mãos, as pernas e os pés, de sua mãe. Ela desejava tanto que a sua mãe voltasse para junto dela, as saudades eram enormes. Então uma mulher morena de longos cabelos negros, apareceu na sala e abraçou Brunhilda. Ela disse: - Filha os teus poderes são já mais poderosos que os meus. Conseguiste trazer-me de volta, mas agora tens que vir comigo. Estamos em perigo aqui, esta sala não é real, vem comigo.
Ela pegou na mão da filha e saíram as duas pela janela, montando na vassoura que as esperava flutuando junto á torre do castelo, que imediatamente começou a voar atravessando campos, rios e sobrevoando cidades e vilas, até que chegou junto a uma casinha na orla de uma clareira, rodeada por uma floresta imensa. Desceram suavemente na relva e entraram na casinha.
Lá dentro Brunhilda encontrou um quarto para ela, e uma sala de trabalho, onde tinha várias telas em branco, tintas e pincéis. A mãe disse-lhe que a sua missão era pintar lindos quadros, com crianças felizes, junto a seus pais, comendo boas refeições e frequentando as escolas para aprenderem. Ela devia também pintar as pessoas vivendo em Paz, a terra com o céu azul e nuvens brancas, o mar azul e límpido e todos as pessoas da Terra, sendo sempre amigas. Assim, graças aos poderes da bruxa Brunilda, todos os seus desejos se tornariam realidade e haveria Paz na Terra e todos viveriam felizes, sem fome, sem doenças e o nosso Planeta ficaria limpo de venenos. Ela começou de imediato a sua missão e ainda hoje ela lá está pintando as suas telas mágicas, todas as cenas retratadas transformando-se em realidade!

Arlete Piedade